A entidade representativa dos moradores aguarda um posicionamento do executivo de Nova Lima e da BHTrans para encontrar uma solução para a mobilidade na região, que a cada dia vem se agravando mais, principalmente, próximo ao pontilhão do Condomínio Olympus.
A Univiva está aguardando uma posição da Prefeitura de Nova Lima para uma agenda com o executivo, com objetivo de tratar de assuntos da região Norte, especialmente os que se referem aos bairros Vila da Serra, Vale do Sereno e Jardim das Mangabeiras. Na pauta de alinhamento com o prefeito estão 13 temas a serem discutidos. Entre eles estão questões que se referem à mobilidade na região. Uma das grandes preocupações da entidade é o agravamento da situação do trânsito, na região conurbada, próximo ao pontilhão do Condomínio Olympus.
“Esta região já convive com o fluxo pesado de trânsito em vários horários do dia, principalmente, em horário de pico. Mas, estamos antevendo uma piora significativa em razão de novos empreendimentos na divisa dos dois municípios e do problema antigo muito já discutido que são as filas de engarrafamento que se formam em direção à Fundação Torino. Nesse sentido, estamos solicitando também uma reunião com técnicos da BHTrans para tratar desse assunto”, informou o presidente da Univiva, Walmir Braga.
Reflexos no Belvedere
Para a engenheira Adriana Matias Sankay, moradora do Belvedere que procurou o jornal para falar do assunto, a piora do trânsito já não tem mais hora e nem lugar. “Basta um acidente na BR ou na Avenida Raja Gabaglia, ou uma pequena chuva, para travar os deslocamentos, principalmente, na entrada ou saída do Belvedere. Não adianta a população querer uma cidade ativa se não houver mobilidade. É preciso urgente encontrar uma solução para essa região, pois o morador aqui continuará saindo de carro, porque não haverá transporte público que vá atrair as pessoas”, declarou.
Procurada pelo JORNAL BELVEDERE para se posicionar sobre algum estudo que está sendo feito para mitigar os problemas de trânsito na região da escola, a BHTRANS esclareceu “que implantou, após conversa com moradores da ‘Associação Comunitária do Belvedere’, algumas alterações no bairro. Nas proximidades da Fundação Torino foram realizadas mudanças, como a proibição de estacionamento de um dos lados da via e colocação de mão única na Rua João Antônio Azeredo, além de várias sinalizações”, diz a nota.
A UNIVIVA está se empenhando para sensibilizar as autoridades públicas para uma solução para esse problema. E ressalta que a região ainda irá receber uma escola com 1 mil alunos, que certamente vai atrair um fluxo de veículos e pessoas muito maior que o atual. “Além disto, tem-se notícia do empreendimento Hymalaia que não apresentou à sociedade, em audiência pública formal, quais são as medidas compensatórias e mitigadoras específicas e suficientes que serão implementadas para pelo menos aliviar o acréscimo de veículos na região, já estrangulada do ponto de vista viário”, disse Walmir.
Walmir Braga pontua que “a Univiva tem postura proativa propositiva, mas isto não pode ser entendido ou interpretado como submissão aos empreendimentos ou ao executivo municipal, qualquer que seja ele”.
Itinerário específico para acesso a Fundação Torino
Exemplificando a situação do trânsito que se forma na região durante vários horários do dia, e que tem reflexo imediato no Belvedere, o diretor da entidade, Paulo Barbosa, citou que em 2004 uma professora da escola gastava exatos dois minutos para chegar de casa até à Fundação Torino. E que em 2014, em seu último ano na escola, foram gastos mais de 40 minutos no deslocamento entre a Villa Monteverde até a instituição. A fila de congestionamento começa na Alameda do Morro e sobe até o pontilhão. O trajeto que poderia ser feito em poucos minutos ganha exercício de paciência em um deslocamento lento, por causa da falta de condição de escoamento dos veículos. Logo à frente, após o pontilhão e próximo à rotatória da Rua Dicíola Horta, três empreendimentos em construção já sinalizam que serão necessárias estruturas de mobilidade urbana que produzam benefícios efetivos para melhoria do trânsito local.
Mas, um problema que já poderia ser atenuado, na opinião de moradores, é a mudança no sentido do trânsito de chegada à escola, que aliviaria muito tanto para moradores do Vila da Serra quanto para o Belvedere. “Soluções imediatas como a inversão de mão na via em horário de pico ou a criação de um itinerário específico para acesso à escola, já surtiram um efeito animador”, disse o diretor da entidade, Paulo Barbosa. Ele lembra que há alguns anos chegou a propor à BHTrans essa mudança.
“Temos gargalos nas rotatórias e nas entradas e saídas dos pontilhões, por causa dos afunilamentos de pista. É uma situação inconcebível para uma cidade com mais 3 milhões de habitantes, como Belo Horizonte, que ainda não possui um transporte público adequado, como o metrô, e que se depara com outro problema maior na divisa de Nova Lima”, argumentou Barbosa.
A solução citada por Paulo Barbosa foi pensada por engenheiros e moradores do Condomínio Olympus, que acompanhavam o engarrafamento pelas janelas de seus apartamentos. Ela consiste na proibição de fazer a conversão à esquerda, na Rua Jornalista Djalma Andrade, nos horários de entrada e saída na escola. E também a conversão à esquerda para quem se dirigia ao estacionamento da instituição. “A ideia era colocar separadores de vias que pudessem impedir tal conversão. Quem segue em direção ao estacionamento da parte de baixo deveria seguir a Rua Paulo Simon Jardim, faria o retorno nessa via e desceria em direção ao bairro para entrar na escola. Isso evitaria o engarrafamento, pela retenção, do carro que iria converter à esquerda e precisava esperar para fazer a conversão, retendo toda a fila que está na subida. O que aliviaria a pressão sobre as rotatórias”, disse ele.
Já quem precisasse acessar a portaria principal da escola, seguiria na Avenida Professor Cristovam dos Santos até próximo à entrada da mineração Ical, entrando à direita. “O problema do bairro são as rotatórias, os entrelaçamentos, e não há pista suficiente para acumulação de veículos, e nem para instalação de semáforos. Porque sempre vai tender a engarrafar. Essas pequenas alterações apenas nos horários de entrada e saída de alunos resolveria bem o problema”, ressaltou.
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