O ipê-amarelo, que de forma generalizada pertence aos gêneros Handroanthus e Tabebuia e cujo nome de origem tupi-guarani, significa “pau que flutua”, “casca dura”, cuja madeira pura resiste ao apodrecimento. É apreciada tanto pela madeira, que é pesada, dura, de longa durabilidade, quanto pela sua utilidade em projetos ornamentais e decorativos. Sua lenha é de cor castanho-oliva ou avermelhada e com veios resinosos mais escuros. É alta, atingindo, aproximadamente de 25 a 30 metros de altura e no período de sua floração fica totalmente sem folhas, que dão lugar às flores amarelo-ouro que estampam manchas coloridas na natureza.
Tanto nas matas, como em áreas urbanas, essas árvores se destacam pelo colorido e pela capacidade de transformarem completamente a paisagem na qual estão inseridas.
Seu florescimento acontece no frio e seca. Floresce em julho e agosto e frutifica em setembro e outubro.
Podemos dizer que os ipês florescem no sofrimento. Mas por que isso acontece?
O período seco já que acomete grande parte do nosso país, permite que ocorra um dos eventos mais belos da natureza brasileira: a floração dos ipês, árvore símbolo do Cerrado. As copas amarelas dessas árvores tomam a paisagem e fazem repensar aqueles que encaram a seca apenas como tempo cinzento de queimadas e vegetação marrom e empoeirada.
São, em geral, espécies caducifólias, ou seja, perdem totalmente as folhas em um período do ano, caracterizando um estado de completo estresse hídrico, que as levam a florescer. Esse estresse causado pelo frio, queda de temperatura e, principalmente, pela seca, aciona o relógio biológico das plantas, indicando que é tempo de florescer. Elas “entendem” esse estresse como seu fim e “lutam” arduamente pela sobrevivência, produzindo flores e sementes em grande quantidade para assim perpetuar a espécie, resultando numa exuberante florada. Ou seja, a experiência de “quase morte” é que ocasiona a maior beleza dos ipês nos cerrados brasileiros.
As floradas costumam durar uma semana, em média, podendo se estender por até 10 dias e tem duas edições: uma após a florada do ipê-roxo, aproximadamente em julho, e outra em setembro, quando se anuncia a chegada da temporada de chuva. Há quem diga que quando o ipê amarelo floresce é sinal de que vem chuva para molhar a terra seca. Ao fim desse período as árvores produzem frutos secos, do tipo cápsula, que quando maduras liberam sementes que podem “voar” a longas distâncias.
Mas nem só de beleza e florada vivem os ipês. Você sabia que eles também têm qualidades medicinais? Sua casca, entrecasca e folhas podem ser usadas no tratamento de amigdalites, estomatites, infecções renais, dermatites e outros. Também podem ser utilizados como anti-inflamatórias, anti-infecciosas e cicatrizantes.
Sua flor é considerada símbolo do Brasil, por estar presente em muitas regiões e pelo tom vibrante das suas flores. Em 2013 a Lei Estadual 5.188 de 16/10/2013, assegurou a preservação permanente do ipê-amarelo já que se trata de uma espécie muito cobiçada e a planta fica mais exposta à exploração e venda ilegal.
Nesse caso, nem sempre o estresse é o vilão da história. Para os ipês, não há dúvida em afirmar: sem estresse não há vida. A natureza é maravilhosa. Chega a ser poético, né?
Comment (1)
Gostei da matéria do ipê amarelo