O termo biodiversidade, ou também chamada de diversidade biológica, descreve a riqueza e a variedade do mundo natural. As plantas, os animais e os microrganismos fornecem alimentos, hormônios, remédios e são boa parte da matéria-prima industrial consumida pelo ser humano. Essa diversidade e a interação entre estas diferentes espécies torna o planeta bem peculiar. Sem as plantas, por exemplo, não teríamos oxigênio. Sem as abelhas e outros insetos, não teríamos a polinização, colheitas e não teríamos comida. Sem os fungos, não teríamos a decomposição e reciclagem das matérias. Todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, as inter-relações e o ecossistema, afetam diretamente umas às outras.
Uma biodiversidade fortemente protegida só traz benefícios. Ela está presente em todo lugar: no meio dos desertos, nas tundras congeladas, nas florestas, campos ou nas fontes de água sulfurosas. Assim, possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos do planeta, proporcionando equilíbrio e estabilidade ao ecossistema.
Por outro lado, quando não preservamos a biodiversidade estamos colocando este equilíbrio biológico em grave risco. De acordo com a ONU, cerca de 25% de todas as espécies animais e vegetais do mundo estão ameaçadas de extinção e, a maior parte disso, é devido à ação humana. A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial tem ocasionado esse aumento. No Brasil, por exemplo, a Amazônia, a floresta mais biodiversa do mundo, vem sofrendo severos impactos devido ao avanço desenfreado do desmatamento. De agosto de 2019 a abril de 2020, os alertas de desmatamento indicam a perda de 5.483 km2 de floresta. Este é o maior índice dos últimos cinco anos e quase o dobro do que o registrado no ano passado no mesmo período, levando toda a vida e a diversidade da floresta, grande parte ainda desconhecida pela ciência.
A perda da biodiversidade e a destruição do meio ambiente impactam diretamente nossas vidas e, com a pandemia do COVI-19 vemos um exemplo disso. Quanto mais destruímos ecossistemas naturais, mais facilitamos o aparecimento de doenças, que podem se transformar em epidemias e pandemias, fato que vem sendo alertado pela ciência há anos, uma vez que o contato com patógenos se torna cada vez mais recorrente.
Nós estamos doentes, a Terra está doente, e um dos motivos para isso é justamente a relação abusiva que temos levado com a natureza. Nossos sistemas produtivos são “a doença” e, se quisermos reverter a situação, é preciso enfrentar esta realidade. Como disse, há muito tempo cientistas vêm alertando sobre esses perigos que agora batem à porta.
Vamos ouvi-los agora?
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