Associações de Moradores temem impactos no trânsito do Belvedere com obras viárias

Em reunião com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e com a presidente da BHTrans, Júlia Gallo, presidentes de entidades representativas dos moradores se posicionaram sobre as obras propostas no Programa de Mobilidade.

Os possíveis impactos causados no trânsito do Belvedere a partir do Programa de Mobilidade lançado pela Prefeitura de Nova Lima levaram dirigentes de entidades e empresários do Belvedere a se reunirem com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e com a presidente da BHTrans, Júlia Gallo. Eles apresentaram ao executivo municipal as preocupações com relação às obras de infraestrutura propostas para a região, com a instalação de alças e viadutos, alargamento de pistas, e com a Estação Ecológica do Cercadinho. Durante a reunião, os presidentes da Associação de Amigos do Belvedere (AABB) e da Associação de Moradores do Belvedere (AMBB) solicitaram ao prefeito que todos os acordos e combinações relacionados ao trânsito sejam tratados com a participação dos representantes das duas entidades.

“Nós entendemos que os assuntos de BH devem ser tratados dentro de BH. Que todas as mudanças que possam afetar o Belvedere sejam tratadas através de um diálogo com os moradores. E que todas as atitudes relacionadas a modificação no bairro sejam feitas com o conhecimento das associações e o consentimento das mesmas”, alertou Ubirajara Pires, presidente da AABB.
Segundo ele, não será possível construir obras vultuosas de mobilidade em áreas da Estação Ecológica (EE), onde existe desafetação apenas para a alça em direção à BR-356, no sentido Rio de Janeiro e para o alargamento da MG-030.

Ubirajara Pires informou que excetuando essas obras, tudo que for feito precisará passar por uma modificação na lei, cujos trâmites serão dentro da Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. “As associações participaram para a aprovação dessa lei de 2006, que tem por finalidade proteger o manancial de abastecimento público do Cercadinho, bem como o aquífero, a flora, a fauna, o solo e a paisagem do local. Então, não serão permitidas intervenções nesse local. Vamos trabalhar para respeitar a EE e suas nascentes”, ressaltou.

O prefeito Fuad Noman informou durante a reunião que não sabia da construção de vias desembocando o trânsito para o Belvedere. Ele prometeu trazer as associações para o debate dessas mudanças, junto com a BHTtrans.

Projeto executivo está pronto desde 2005

Para Ubirajara Pires, a área limítrofe do bairro com a região do Vila da Serra já está saturada com o adensamento local, a instalação de novas escolas, de empreendimentos futuros como o Hymalaia. E que a interferência de uma via dentro de outro município seria o pior cenário. Ele entende que se houvesse a construção do viaduto que sai da Copasa, ligando a BR-356 até a MG-030, o impacto estaria solucionado.

“Esse é um projeto executivo que está pronto, foi feito em 2005, já tem a área desafetada dentro da Estação Ecológica, e recebeu algumas adequações durante o governo Dilma, porém nunca saiu do papel. É muito mais fácil construir os dois viadutos, esse no sentido Nova Lima e o outro vindo da MG-030 no sentido Rio de Janeiro”, explicou Ubirajara Pires.

Para o dirigente, o grande problema do trânsito hoje é formado na confluência das avenidas Raja Gabaglia e Barão Homem de Melo, e no escoamento do tráfego na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no sentido Savassi. “Ali estão os pontos nevrálgicos de congestionamentos que precisam ser estudados. Não é possível utilizar uma área verde, com mais de 1500 pinus eliots para fazer passagem que é o correto”, declarou.

Entre os representantes de moradores presentes à reunião estavam o presidente da Associação de Moradores do Belvedere, José Eugênio de Castro, o secretário Claudiney Alves, o ex-deputado estadual João Leite e o empresário Elias Tergilene.

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