Ao passear pela Rua da Fonte, no Vila da Serra, com a sua cachorrinha, Joseane Ribeiro Lobo foi atacada pela ave com um voo rasante e uma batida muito forte na cabeça, causando-lhe um corte que a levou ao hospital.
Uma cena inusitada ocorrida na Rua da Fonte, no Vila da Serra, serve de alerta para pessoas, idosos e crianças que transitam pelo local. O ataque de uma coruja a uma moradora que passeava pelo local com uma cadelinha causou não somente susto e medo, mas também o atendimento em um hospital, devido ao corte feito pelas garras da ave em sua cabeça. Joseane Ribeiro Lobo disse que já sabia da existência da ave na árvore do espaço onde será instalado o Parque Fonte da Vila, pois por várias vezes a viu e ouviu o seu chirriar. Porém, foi a primeira vez que houve o ataque.
“Não sei se ela está com filhotes e por isso veio em nossa direção para se defender. Mas, o fato é que quando percebi seu piado forte, peguei a cachorrinha no colo e atravessei a rua em diagonal para não passar debaixo das árvores. Nessa hora ela fez um voo rasante e fez uma batida muito forte na parte de trás da minha cabeça. A princípio, não percebi o machucado. Mas, em casa, senti dor na região e pedi ao meu marido para ver o local. Foi aí que percebi que havia arranhões e furos das garras. Imediatamente, fui ao hospital onde recebi atendimento e fui medicada com antibiótico e a indicação de vacina antitetânica, o que foi contra indicado no posto de vacinação da prefeitura, onde informaram que as aves não transmitem raiva”, explicou.
Ela conta que uma vizinha já presenciou uma cena parecida no fim da tarde, no mesmo local, e já houve também uma investida sobre uma gata. “A minha sorte foi ter sentido dores, porque senão o local poderia infeccionar. Entendo que elas estão em seu ambiente na natureza, porém a partir do momento que atacam, uma providência precisa ser tomada. Por isso, liguei para o Ibama e para a Polícia Ambiental. Mas, não obtive resposta.
Raquel Schettino, bióloga da Promutuca, explica que de um modo geral os animais se aproximam em busca de espaço e de alimentos. E que a diminuição do habitat pelas ações humanas têm proporcionado a aproximação da fauna em busca de alimentos e abrigo. Ela lembra que recentemente uma onça parda foi vista no Vila da Serra e em seguida nas matas do Vale dos Cristais, chegando a matar um veadinho. “O habitat de muitas espécies está encolhendo e, com isso, a fauna está se aconchegando mais próxima do ambiente urbano e das pessoas. No caso, o ninho pode estar no chão ou no oco das árvores”, ressaltou, informando que as corujas podem atacar os seres humanos para se defenderem ou proteger seus filhotes
A espécie da coruja não foi identificada, mas de acordo com as características das pessoas que a avistaram se trata da coruja buraqueira, a mesma que morava na Lagoa Seca e também investia em cães que passavam pela calçada próxima ao seu ninho. O que se sabe é que as corujas sobrevoam predadores, possuem uma visão acurada, se deslocam em voos silenciosos e estão adaptadas à caça em ambientes com pouca luz. Se alimentam de diferentes roedores, aves e morcegos e matam as presas com o auxílio de suas garras.
As corujas estão presentes na região, principalmente, nos locais com área verde e onde há outras espécies da fauna como no local do futuro Parque Fonte da Vila. A bióloga Raquel Schettino encontrou, recentemente, em um dos condomínios do Vale do Mutuca um ninho da coruja buraqueira com vários filhotes e precisou usar o zoom da máquina para não afugentar e causar ameaça aos filhotes.
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