Efeito Estufa x Aquecimento Global

Quando a radiação solar atinge nosso planeta ocorrem três fenômenos: parte dela é refletida e retorna para o espaço, parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre e parte é retida pelos gases que compõem a atmosfera. A radiação retida principalmente pelo gás carbônico, outros gases e pelo vapor de água causa o que chamamos de EFEITO ESTUFA. Isso foi descoberto pela primeira vez por volta de 1800, e recebeu esse nome em comparação ao calor promovido pelo vidro desse equipamento.

Na Terra o efeito estufa eleva a temperatura em torno de 23°C. Sem ele a temperatura média da superfície do planeta estaria bem abaixo de 0°C e estaríamos na era do gelo. O dióxido de carbono absorve calor sob a forma de radiação infravermelha, atuando como um cobertor que segura o calor na atmosfera impedindo que ele volte ao espaço. Dessa forma, fica claro perceber que é um fenômeno natural necessário à nossa sobrevivência.

Para manter a temperatura na superfície do planeta e nas camadas mais baixas da atmosfera é necessário que existam alguns gases, entre eles o dióxido de carbono, que farão essa função de cobertor: os chamados “gases do efeito estufa”. Assim, quanto maior for a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, maior será a temperatura da superfície do planeta.
A temática das mudanças climáticas é uma das principais pautas da agenda da educação ambiental do século XXI e é comum a população confundir aquecimento global com efeito estufa. Podem ter causas naturais, como alterações na radiação solar e nos movimentos orbitais da Terra, mas podem, principalmente, ser decorrentes de atividades humanas e são essas, que têm causado as maiores modificações ambientais no clima e no meio ambiente como um todo.

O uso de combustíveis como petróleo e carvão, assim como alguns processos químicos e industriais, libera os gases responsáveis pelo efeito estufa. Quando eles se acumulam muito, a temperatura aumenta além do normal. As árvores e algas marinhas são responsáveis por quebrar o gás carbônico e diminuir o problema. Com o desmatamento e a poluição marinha, esse “refrigerador natural” é prejudicado. Nesse momento entra o que chamamos de AQUECIMENTO GLOBAL, que é o aumento da temperatura média do planeta. Nesse caso, temos uma consequência do efeito estufa e do desmatamento, que provoca vários prejuízos climáticos e ambientais. Estudos demonstram que podem ocorrer aumentos de até quatro graus previstos até o fim do século (nos últimos 100 anos, foi de apenas 0,7 grau).

Uma das grandes preocupações relacionadas ao aquecimento global é o derretimento das geleiras, que podem (e vão) aumentar o nível do mar e inundar áreas costeiras, litorâneas e extinguir ilhas. Entre outros problemas estão a desertificação, o aumento da frequência da ocorrência de eventos climáticos extremos como, por exemplo, tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis. Todos esses eventos possuem grande poder de destruição para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar inclusive a extinção de espécies de animais e de plantas.

O efeito estufa é essencial. Mas o seu excesso leva ao aquecimento global, que gera sérias consequências. É um efeito dominó. Precisamos a todo momento dosar e repensar as nossas atividades para que elas não transformem esses fenômenos naturais tão importantes para nossa sobrevivência em fatos desastrosos e insustentáveis para a via humana na Terra.

Juliana Mendes Vasconcelos / Bióloga / Ma. em Ciências e Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável / Colaboradora da Promutuca / www.promutuca.com.br • adm.promutuca@gmail.com

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