A proposta pretende fazer a revitalização da área, onde funcionava a antiga planta da Mina Velha e da Mina Grande, no Centro de Nova Lima, com a criação de equipamentos culturais, de turismo, lazer, comércio, serviço, habitação, preservação ambiental e patrimonial.
A AngloGold Ashanti, a Prefeitura de Nova Lima a e Concreto VI Participações LTDA realizam, no dia 12 de dezembro, na Casa do Educador, uma Audiência Pública para discussão e aprovação da Operação Urbana Consorciada (OUC) do empreendimento Nova Vila, localizado no local onde funcionava a antiga planta da Mina Velha e da Mina Grande, de exploração mineral, principalmente do ouro. O projeto prevê a ressignificação do espaço a ser utilizado, contemplando áreas culturais, de turismo, lazer, comércio, serviço, habitação, preservação ambiental e patrimonial.
A OUC é um instrumento de planejamento instituído pelo Estatuto da Cidade, que tem por objetivo alcançar transformações urbanísticas estruturais de determinado perímetro, proporcionando melhorias sociais, valorização ambiental, criação e ampliação de espaços públicos, além de requalificação e mobilidade urbana. Para que ocorra uma operação desse tipo, é necessária a aprovação de uma lei específica em âmbito municipal, contendo uma série de requisitos, além de estar prevista no Plano Diretor Municipal.
A proposta já foi apresentada aos Conselhos Municipal de Desenvolvimento Ambiental, do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima e da Cidade. A área onde se propõe a OUC Nova Vila se localiza em parte do Conjunto Histórico Industrial de Morro Velho, tombado pelo Decreto Municipal no 9.602 de 28 de novembro de 2019, por seu valor histórico, arquitetônico, paisagístico e social. No local, está sendo proposta a construção de um grande empreendimento onde serão contempladas edificações residenciais verticais e horizontais, centro comercial e de serviços, centro gastronômico e de eventos – com cervejaria e restaurantes -, supermercado e até mesmo um shopping.
Avenida parque
O município de Nova Lima, por sua vez, já elencou algumas intervenções e medidas coordenadas que os diversos agentes irão efetuar de forma a viabilizar a operação urbana. Importante salientar que as medidas a serem realizadas pelo poder público são demandas sociais já identificadas no decorrer de anos pela comunidade, que trarão benefício para a sociedade e não possuem impacto exclusivo na área da OUC Nova Vila. Os investidores e a proprietária do terreno vão promover contrapartidas econômicas e financeiras com intuito de viabilizar a implantação da OUC, o empreendimento e a modificação do contexto urbano na área em estudo. Uma delas será a construção de uma avenida parque, ligando a Praça da Rodoviária à Praça do Mineiro, liberando o trânsito no centro do município.
A operação urbana Nova Vila propõe ainda uma área de preservação ambiental que compreende 64.400m2 ou seja, cerca de 24,71% da gleba em que se pleiteia a instituição de uma Reserva Particular Ecológica – RPE. Enquanto os agentes privados serão responsáveis pela viabilização econômica e financeira do empreendimento, o poder público irá viabilizar a legalidade da implantação e operação do mesmo.
Principal legado à população
Segundo informou Fernando Claudio, gerente de Desenvolvimento Social da AngloGold, a área de propriedade da empresa, está integrada ao contexto urbano do município e agora, a partir desse projeto, irá fazer o resgate da história da mineração na cidade e se tornará o principal legado a ser deixado à população de Nova Lima. “A Operação Urbana Consorciada surgiu da necessidade de fechamento da mina, em 1995, na área de operação da antiga Mina Velha e da Mina Grande. Queremos deixar algo para o morador de Nova Lima, além de devolver a sustentabilidade ambiental da área após o encerramento definitivo da operação da mineração”, ressaltou.
Ainda segundo Fernando, o município está isento de qualquer aporte financeiro para o projeto que deverá ser custeado pela AngloGold e pela Concreto. A proposta urbanística e arquitetônica apresentada para a OUC Nova Vila estima 480 unidades habitacionais verticais e 70 unidades habitacionais horizontais, gerando uma população de 2.168 habitantes. Já na área de uso não residencial, há previsão de implantação também de um mercado distrital.
Outros equipamentos públicos previstos no empreendimento são um corredor cultural na área onde se localizam as edificações tombadas. Para o empresário Miguel Safar Filho, diretor da Construtora Concreto, o empreendimento vai priorizar espaços diferenciados com muita área verde, sem adensamento. “Este não é um projeto imobiliário, é um projeto social, com áreas de convivência social, com volume de residências baixo em relação ao potencial do projeto. Um espaço para que toda a cidade se congrace”, informou.
Comments (2)
Projeto maravilhoso parabéns a todos
E existe algum projeto de se reabrir alguma das minas para visitação? Seria interessante que o turista pudesse descer numa gaiola e tivesse acessa as antigas galerias pelo menos a uns 300 metros de profundidade,sentisse.a experiencia de como trabalhavam os antigos mineiros,a empresa Anglo-gold fizesse um museu mineral da cidade.