O motivo da supressão é para a instalação do DDI, uma solução viária que está sendo proposta e que cria “mão-inglesa” no Trevo do BH Shopping. Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB) se posiciona contra as mudanças.
“Indiscutivelmente, as árvores são o maior patrimônio ambiental que existe nas cidades. Em vários lugares no Brasil e no mundo se vê o engajamento da população para atingir suas metas de arborização urbana. Países como a Holanda e a Alemanha preservam suas áreas verdes e criam até bosques itinerantes para aumentar o bem-estar de todos. As árvores são os nossos maiores bens, pois atuam na qualidade de vida das pessoas, são essenciais para o equilíbrio do clima. Aqui no Belvedere, não vamos deixar que façam a supressão de cinturão verdade que contorna a alça do trevo do shopping e ladeia a calçada da Praça da Lagoa Seca.”
A declaração é do presidente da Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB), Ubirajara Pires, que vem atuando junto com a diretoria da entidade para impedir que o “cinturão verde”, implantado pelos empreendedores quando da instalação do loteamento, seja extinto. O motivo da remoção das árvores é para a instalação do DDI (da sigla em inglês Diverging Diamond Interchange), uma solução viária que está sendo proposta, que cria a chamada “mão-inglesa” no Trevo do BH Shopping nos trechos utilizados para quem segue da avenida Raja Gabaglia em direção ao BH Shopping, quem vem da BR-356 em direção ao bairro ou para quem vem do Jardim Canadá que quer acessar a Raja Gabaglia e vice-versa. O projeto compreende a instalação de semáforos, programados de acordo com o fluxo de veículos e horários de demanda de trânsito, com possibilidade de mudança de faixa sobre o viaduto para acesso mais rápido ao destino.
Segundo Ubirajara Pires, a área verde faz parte da vida dos moradores e de quem pratica esportes na Lagoa Seca, e que a remoção das mesmas para a implantação de obras de infraestrutura pode impactar o meio ambiente da região. “Cidades inteiras preservam sua vegetação e espécies plantadas ou nativas. A retirada de árvores neste local ou em outras áreas do bairro é uma prática que não vamos aceitar. O morador do Belvedere veio em busca de qualidade de vida, nós precisamos do verde e não vamos abrir mão disso”, destacou.
Pires ressalta que os benefícios desse cinturão na Lagoa Seca são óbvios, pois além do lado estético e do conforto da sombra, há a questão da proteção da poluição sonora e do ar e do gás carbônico dos veículos. “Essas espécies plantadas aqui são as nossas barreiras sonoras, pois ajudam a abafar e bloquear o ruído dos veículos e com isso diminuem o barulho para quem mora no entorno da lagoa. Isso sem contar a questão estética”, informou.
Mitigar os impactos do Himalaya Town Center
A intervenção no local faz parte do projeto do DDI, desenvolvido pela Fratar Engenharia, depois de um longo estudo, com o objetivo de mitigar os impactos que o empreendimento Himalaya, a ser instalado na Alameda Oscar Niemeyer, no Vila da Serra, causará no trânsito da região. De acordo com a empresa, o projeto visa promover a melhor solução para cada uma das questões viárias identificadas no Estudo de Tráfego feito para toda a região entre Nova Lima e Belo Horizonte.
Além do DDI, o Grupo Everest, responsável pela concepção e planejamento do Town Center, irá investir em um outro conceito de trânsito, também para compensação ambiental, através da construção de um viaduto ligando a MG-030 à BR-356, além do alargamento do pontilhão acrescentando uma faixa de circulação na entrada do Vila da Serra.
O Himalaya Town Center é um projeto que já possui licenças ambientais e que reúne no mesmo espaço torres residenciais e corporativas. No complexo estão um shopping center, apartamentos do tipo studio, um centro de convenções, teatro de arena, cinema, supermercado, um hospital da Rede Oncoclínicas, e uma pista de corrida sobre uma praça com mais de 20 mil metros quadrados com mobiliário e paisagismo.
O JORNAL BELVEDERE tentou contato com a Assessoria do Himalya para comentar o assunto, mas não obteve sucesso.
Comment (1)
Não moro aí, mas PRECISAM PARAR DE FAZER PRÉDIOS ENORMES aí, senão jamais terá jeito! (moro perto do Jd. Canadá mas tenho amigos aí)