Bairro Ipê sofre com lançamento de esgoto in natura em redes fluviais

A Associação do Bairro Ipê, em Nova Lima, denuncia que resíduos provenientes de empreendimentos localizados à margem da rodovia MG-030 são lançados indevidamente nas redes pluviais, causando mau cheiro persistente e intenso, além da proliferação de insetos.

Há mais de uma década, moradores e a diretoria da Associação do Bairro Ipê, em Nova Lima, vêm denunciando o lançamento indevido de esgoto in natura nas redes fluviais, proveniente de empreendimentos localizados à margem da rodovia MG-030. “Não aguentamos mais, sofremos o desgaste da luta contra o mau cheiro e com a negligência das autoridades”, desabafa Sandra Braga, da Associação de Moradores do Bairro Ipê (AMOIPÊ).

A moradora explica que no caso do bairro Ipê que não possui rede de captação de esgoto, a rede pluvial recebe há anos esgoto in natura e efluentes com níveis excessivos de resíduos. “Inúmeros transtornos afetam negativamente seus moradores e o meio ambiente. O mau cheiro persistente e intenso, a proliferação de insetos e microrganismos tornam esta situação uma questão de saúde pública, devido ao risco aumentado de transmissão de doenças”, destaca a integrante da Associação de Moradores.

Crime ambiental

Sandra Braga explica que “além deste sofrimento dos moradores, é patente o grave crime ambiental, já que sem uma rede de captação e uma correta destinação para uma estação de tratamento adequada, tudo é lançado nos córregos e riachos da região, comprometendo cursos d’água e mananciais da Mata do Jambeiro que acabam por levar toda poluição para a rede de córregos e riachos do Centro de Nova Lima, sendo finalmente descarregados no Rio das Velhas”.

A integrante da AMOIPÊ ressalta que “por um lado, em gestões passadas na Prefeitura de Nova Lima, os licenciamentos dos empreendimentos negligenciaram o devido dimensionamento para captação, armazenamento, tratamento e descarte de efluentes. Já no caso dos cidadãos que residem neste bairro, a conduta foi diferente. Atendendo às exigências municipais, coletam, armazenam e descartam sem incomodar os vizinhos e arcam com todos os custos deste processo. Dois pesos e duas medidas em um só bairro”.

Para a moradora, “os empreendimentos que não obedecem aos termos legais do município, não podem ter tratamento diferenciado, obtendo autorizações para funcionar e para despejar dejetos e efluentes duvidosamente tratados para áreas fora de seus limites”.

Sandra Braga lembra que “que o saneamento básico está se tornando prioridade neste país, aguardamos da Prefeitura de Nova Lima e da Copasa, a resposta de nossa reivindicação que consiste no cumprimento das diretrizes municipais, proporcionando um sistema de captação e tratamento através de uma das ETEs já previstas em projetos anteriores, ou mesmo uma mini ETE instalada com urgência, em nossa região”.

Considerando efluente como resíduo líquido ou gasoso proveniente das atividades humanas

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