Cida Miranda explica como concilia a profissão e a maternidade

No pulsante coração do Vila da Serra, onde a vida urbana se entrelaça com a serenidade dos 23 bairros, surge uma figura familiar, que é uma representação viva da força e capacidade das mulheres e mães na comunidade. Casada com o administrador Matias Dias, mãe de Ana Caroline, 20 anos, e residindo em Nova Lima há mais de duas décadas, Cida Miranda é um exemplo do desafio de ser mãe em meio ao turbilhão da vida moderna. Uma tarefa que é amplificada pela necessidade de equilibrar carreira, vida pessoal, família e comunidade. No entanto, é nesse equilíbrio delicado que reside sua a verdadeira essência das mulheres. Por ser um exemplo inspirador para toda as mães que enfrentam diariamente a multiplicidade de papéis da mulher contemporânea, o JORNAL BELVEDERE foi ouvi-la para saber como é possível conciliar tudo isso e ainda ter o olhar atencioso para a cidade.

JORNAL BELVEDERE – Como a maternidade aconteceu em sua vida?
Cida Miranda – A certeza de querer ser mãe marcou o início das mudanças profissionais em minha vida e a confirmação da presença de Deus cuidando de todos os detalhes. Minha vinda para Belo Horizonte foi motivada pela maternidade. Engravidar não foi tão fácil para mim, mas nossa fé em Nossa Senhora tornou esse sonho possível. Foram meses em que as emoções de alegria, medo e insegurança foram sustentadas pela fé e pelo amor.

JB – O que a maternidade representa para você?
Cida – Representa um novo caminho familiar e profissional; mais do que isso, é sinônimo da minha realização como mulher. Minha filha Carol é um presente de Deus. Doce, meiga, estudiosa, responsável e temente a Deus, ela é a alegria da casa e a luz da nossa família. Não é difícil ser mãe da Carol, pois desde cedo estabelecemos regras que fazem parte da nossa rotina e ela se adaptou bem a elas. Eu costumo dizer: a família que teme a Deus e consegue passar isso para os filhos já é uma família vitoriosa.

JB – Como você equilibra seu papel de mãe e profissional?
Cida – Assim como tudo que faço na minha vida, ser mãe foi bem planejado. Quando engravidei e tive a Carol, meu horário de trabalho não era tão flexível, mas nos organizamos para morar o mais perto possível da empresa, o que me ajudou a estar presente na vida dela, conciliando com o trabalho. Sempre contei com a ajuda de uma irmã do coração, a Iaiá, que esteve presente na criação dela, pois meus familiares não moram aqui. A dupla ou tripla jornada não é fácil, mas não podemos nos culpar por não termos 100% do nosso tempo dedicado aos filhos.

JB – Que lições valiosas você aprendeu ao conciliar a maternidade e a profissão?
Cida – A primeira lição é que tudo na vida passa, então o desespero ao viver um momento complicado não pode nos fazer sair do foco. As diversidades devem ser tratadas com respeito, mas jamais devemos ceder a elas, pois isso pode impactar em seus sonhos. Deixar de sonhar seria deixar de viver. Então sonhe muito, mesmo os mais impossíveis, reclame menos e foque em você. Assim, com certeza, seus resultados irão surpreender.

JB – Que conselho você daria para outras mães que estão pensando em empreender ou iniciar agora alguma profissão ou trabalho?
Cida – Recomecei a minha vida profissional em vários momentos ao longo desses quase 60 anos. Sempre tive meu esposo como meu maior incentivador e provocador de desafios. Devo a ele grande parte das minhas experiências, entre elas a de morar fora do Brasil. Meu conselho é focar nos sonhos, acreditar e buscar a realização deles, mesmo que isso demore mais que o planejado. Vale mudar a direção, mas não vale mudar o sonho.

JB – Quais os desafios que você enfrenta hoje?
Cida – No campo profissional, tenho mais flexibilidade, pois minha empresa roda bem com a equipe que tenho e, como diz meu esposo, já podemos desacelerar. Mas, como gosto de desafios, este ano tracei um muito grande, que é a minha pré-candidatura a vereadora de Nova Lima. Se eu conquistar essa oportunidade, ficarei muito honrada de entrar na vida pública. Atualmente, a Câmara conta com pouquíssimas mulheres. Acho essencial termos mais representantes do sexo feminino. Estou muito entusiasmada com a possibilidade de servir o povo de Nova Lima me colocar à disposição das pessoas e especialmente das mulheres. Enquanto mãe e esposa, os desafios são diários: a cada novo amanhecer somos expostas a um mundo diferente com valores adversos. Mas, para aqueles que conhecem e praticam a palavra de Deus, sempre temos a orientação certa. Tenho muito orgulho de onde vim e onde cheguei, pois foi uma trajetória de amor e respeito acima de tudo.

JB – Como o olhar atencioso e cuidadoso de uma mulher e mãe pode influenciar no cuidado com a cidade?
Cida – A mulher é múltipla. Ela consegue ser frágil, delicada, sensível, carinhosa e ao mesmo tempo forte, lutadora, guerreira. A mulher consegue fazer “trocentas” coisas ao mesmo tempo, e tudo sai bem-feito. A mulher não desiste quando se depara com algo que não sabe. Ela procura, descobre, aprende. A sensibilidade da mulher, com certeza, consegue ver além dos olhos dos homens. Ela consegue ver também com coração e é isso que precisamos seja na vida familiar ou na vida pública.

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