Cidades mineradoras anunciam três projetos importantes para garantir mais segurança à BR-040

Durante a instalação do Grupo de Trabalho da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG), o prefeito de Itabirito informou que há três projetos em discussão para melhorar a infraestrutura na rodovia para o trecho entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete, considerado o mais perigoso e com altos índices de acidentes.

O prefeito de Itabirito Orlando Caldeira anunciou durante a instalação do Grupo de Trabalho (GT) da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG), formado por prefeitos de municípios mineradores para atender às demandas de infraestrutura na rodovia BR-040, que existem três projetos em discussão para o trecho entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete, considerado o mais perigoso e com altos índices de acidentes. Um deles, segundo Orlando Caldeira, é na entrada para Moeda; um outro na BR-356 e terceiro na cidade de Congonhas.

O Grupo de Trabalho, formado pelos os prefeitos de Conceição do Mato Dentro (presidente da entidade), de Nova Lima, Itabirito, Congonhas, Belo Vale e Ouro Preto, tem por objetivo debater as ações de infraestrutura no modal rodoviário, a fim de reduzir os índices de acidentes e óbitos na rodovia e desafogar o trânsito de caminhões e veículos pesados. A primeira reunião já está agendada para acontecer após o dia 12 de abril, na cidade de Congonhas.

Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho, Orlando Caldeira, um dos pontos mais perigosos da rodovia é a entrada no Trevo de Moeda, cujo trecho está todo em Itabirito. “Nós já desenvolvemos um projeto básico para este local. Fomos ao diretor geral do DER/MG e também entregamos esse projeto na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), para que o mesmo seja aprovado. Para chegarmos nesse projeto base tivemos um trabalho enorme com condomínios, licenciamentos, Via 040. E tão logo ele seja aprovado nós vamos executá-lo, pois já temos verba para ele. Estamos conversando com as mineradoras Herculano, SAFM Mineração e Gerdau, que vão executar essa obra do Trevo de Moeda”, informou o prefeito. Orlando Caldeira explica que os municípios vêm trabalhando há três anos nesse projeto, com um grande avanço nas discussões, e que agora com a AMIG encabeçando esse trabalho a cobrança será maior para a execução da obra. “Com certeza, caminhões das mineradoras vão cruzar a via em níveis diferentes, evitando acidentes e vítimas fatais. Resolve todo o problema? Não resolve, pois a rodovia é longa. Mas ajuda.”, ressaltou.
Ainda segundo Orlando Caldeira, “a obra de execução do Trevo de Moeda pode ser iniciada de imediato, porque o recurso está na mão, não falta verba. O restante do trecho, evidentemente, passa por uma política no âmbito nacional, junto com o DNIT e ANTT. Eu acredito que esse GT vai ajudar para a realização de um trabalho em conjunto, para forçar as lideranças do País a enxergarem a necessidade de fazermos com que o nosso território não tenha perda em arrecadação, por que a BR-040 é um modal importante para o País”.

Estrada alternativa

Outra obra importante que vem sendo discutida pelo Grupo de Trabalho é a construção de uma estrada alternativa, que faria conexão ao modal ferroviário que está sendo construído na região de Itabirito, e que iria tirar muitas carretas da BR-040. Para retirar o tráfego da cidade,, o prefeito já tem em mãos o projeto de uma alça que pretende executar. “Quem conhece esse trecho sabe que tem muitas carretas vindo de Ouro Preto, passando por Mariana, pela nossa 356, que vai ao trevo do Alphaville até virar à esquerda na 040. Nós podemos cortar parte do fluxo dessas carretas, ou às vezes, a sua totalidade, com a construção dessa alça em frente à fábrica de Laticínios Ita”, disse o prefeito que é o coordenador do GT.

Outro projeto citado por ele prevê a desapropriação de um trecho em torno de 3 km, para a construção de uma ponte, pela MG-030, ligando Itabirito a Outro Branco, no local onde é levado o minério para a Gerdau. “Com isso, as carretas não passariam por dentro da cidade de Itabirito. Para esse projeto nós já conversamos com a secretária do Estado, apresentamos o anteprojeto e esta ficou de acionar a equipe responsável por arranjos de Parceria Público Privado (PPP) do Estado com as empresas de mineração, que estão favoráveis em fazer essa estrada. Aí nós podemos convidar empresas como a Cedro Mineração, o Grupo Avante, a Gerdau e a Vale. Afinal, é interesse delas também porque, além de tirar esse trânsito da 040, elimina um grande trajeto da DMT, que é o custo de distância média de transporte, que é baseado pela distância a ser transportada”, explicou.

Viadutos em Congonhas

Também foi anunciada outra obra de infraestrutura importante durante a reunião. O projeto de duplicação dos viadutos nas margens da rodovia na cidade de Congonhas. Orlando Caldeira informou que esta será uma grande luta, mas que o GT está pronto para trabalhar nesta demanda e já está marcada uma reunião com o governo federal e o novo ministro dos Transportes, Renan Filho, para apresentar a necessidade urgente das obras no local.

O coordenador do GT da AMIG informou também que outro problema que vem sendo observado é um projeto realizado pela empresa Vale com as minis minas, onde ela é detentora das DM (sigla do Data Mining, a mineração de dados). “A Vale resolveu fazer com que outras empresas menores assumissem essas minas e vendessem o próprio minério de exploração para ela. Então, isso aumentou muito o fluxo de carretas, que por sua vez não são da Vale, ou da Gerdau ou da CSN. Elas são de pequenas empresas que estão explorando e vendendo o minério para a própria Vale”, explicou.

“Se todo esse projeto mencionado acima for efetivado, vamos eliminar 80% dessas carretas da BR 040. Paralelamente, temos que trabalhar a duplicação da via, uma pauta muito importante, que está nas nossas mãos, e se nós agregarmos e unirmos força, através dos governos Estadual e Federal com a ANTT e DNIT, nós vamos conseguir os nossos avanços”, concluiu o coordenador do grupo.

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo, disse que acredita “ser muito assertiva a iniciativa da AMIG de criar um Grupo de Trabalho para discutir questões envolvendo cidades do entorno da rodovia BR-040. O objetivo é buscar soluções de segurança que evitem os constantes acidentes na região. Hoje existe um alto fluxo de veículos na via e também um alto número de acidentes fatais registrados. O grupo será multidisciplinar e deve contar com representantes de todas as esferas públicas e privadas, além da sociedade. Seguimos trabalhando com foco em melhorias para a população local”, declarou.

Engenheiros e moradores juntos

Outra entidade engajada neste processo é o CREA-MG, que criou um outro GT, que deverá ser aprovado e formalmente constituído na próxima reunião do Conselho. O grupo deverá atender as demandas da sociedade com relação aos profissionais de engenharia e agronomia e empresas do setor, a fim de verificar, orientar e fiscalizar os exercícios desses profissionais nos trechos mais críticos da rodovia.

Segundo informou Antônio Humberto Pereira Almeida, engenheiro mecânico, Perito Judicial e Conselheiro da entidade, não há como avaliar se a via foi feita dentro de um padrão, mas pode-se verificar se há falhas de atuação profissional nos pontos mais críticos. “Assim que o GT for formalmente constituído, vamos iniciar o trabalho. Pois, além de termos autorização do Conselho, teremos recursos para a realização desse trabalho e condições de contribuir com a proteção para a sociedade”, ressaltou.

Em outra fronteira, moradores do entorno da rodovia, como o Diretor de Meio Ambiente e Saúde da Unacon, Sandoval de Souza, mantém sua luta diária junto à Via 040, em busca de segurança através de pequenas manutenções para a BR, como a reposição das barras divisórias de pistas. “Embora não seja a solução definitiva, como a barreira New Jersey, esses dispositivos vêm ajudando a dificultar conversões proibidas em vários pontos e dessa forma reduzir acidentes em vários trechos, como no km 608”, destacou Sandoval.

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Comment (1)

  • Luciano Medrado Reply

    A sociedade civil organizada e o poder público tem toda legitimidade para elaborar estudos e alternativas de solução psra o nossos aditivos problemas de infraestrutura. MENOS POLITICA E MAIS ATITUDES PROPOSITIVAS.

    12 de abril de 2023 at 19:21

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