Empresa que estava instalada há 22 anos no edifício Piemonte, na rua Senador Milton Campos, ao lado do AltaVila, mantém funcionários na fábrica,em Betim, e em teletrabalho, e deixa endereço na região. Mas, afirma que não vai deixar Nova Lima.
Depois de 22 anos, a Fiat do Brasil, uma das empresas do grupo automotivo franco-ítalo-americano multinacional Stellantis, deixou sua sede instalada no edifício Piemonte, na rua Senador Milton Campos, em Nova Lima. A saída da companhia do endereço não foi oficialmente divulgada, nem anunciada ao município, mas as atividades no prédio já foram desativadas e o imóvel devolvido aos proprietários. Os mais de 500 funcionários que trabalhavam no local continuam no grupo.
Segundo informou a Assessoria de Comunicação da empresa, a Fiat adotou o sistema “Nova era de agilidade”, que combina trabalho presencial e teletrabalho (home-office), e hoje apenas 30% dos funcionários estão presencialmente na empresa. Em função disso, pode readequar o espaço fazendo a transferência para a fábrica e outro prédio.
Nos bastidores do mercado imobiliário, a informação é que a empresa foi transferida para o edifício Concórdia., porém ainda sem operacionalização. A Assessoria de Comunicação da Fiat negou o fato de que a empresa estaria deixando o município, o que põe fim aos rumores que circulavam na região com o edifico fechado. Um investidor, proprietário do imóvel, informou ao JORNAL BELVEDERE que em janeiro deste ano os proprietários foram avisados sobre a transferência de localização do Grupo, e que o imóvel já foi devolvido. O prédio que antes exibia o letreiro luminoso está todo apagado e na entrada há apenas cones sinalizadores e uma faixa zebrada para impedir a entrada de pessoas.
Indutor do desenvolvimento
A instalação do Grupo Fiat na região do Vila da Serra, em setembro de 2000, foi um grande indutor do desenvolvimento na região. O edifício, construído em tempo recorde pela GL Engenharia, exigiu investimentos da ordem de R$ 12 milhões. A operação representava, na época, cerca de R$ 500 mil em arrecadação para os cofres do município de Nova Lima. Valor que aumentou muito, cinco anos mais tarde, uma vez que a Fiat conseguiu do ano 2000 até 2005 a redução do Imposto Sobre Serviços de 2% para 0,5% como incentivo para seu estabelecimento na cidade.
Segundo informações da época, a vinda da Fiat do Brasil para Nova Lima consolidou o processo de reestruturação administrativo do grupo. O edifício Piemonte foi inaugurado para receber a diretoria e os escritórios regionais do Banco Fiat, da Fênix Seguradora (que na época foi transferida do Rio Grande do Sul, para Minas Gerais), da Fides Corretagens de Seguros, do escritório de vendas da Fiat Automóveis e também da Fiat Finanças. A instalação das empresas no endereço no Vila da Serra, representava na ocasião ao mesmo tempo uma redução de custos e o aumento da eficiência das operações.
O fato é que a vinda da Fiat do Brasil para o Vila da Serra acabou puxando outros grandes empreendimentos comerciais. O Hotel Piemonte, localizado na mesma rua, foi concebido para receber o turismo de negócios, agregando à localidade além da receita financeira das atividades de hospedagem, alimentação e eventos, outras demandas do grupo.
Mais tarde, em 2005, uma outra diligência levou incorporadores a pensar em um edifício que atendesse a necessidade de estacionamento local para funcionários, fornecedores e prestadores de serviço. Foi então que a mesma construtora surgiu com o projeto do AltaVila, que compreende um amplo estacionamento para 850 veículos distribuído em cinco andares, o centro comercial Alta Vila Class Center – um complexo com capacidade para 72 lojas -, e a torre de 101 metros de altura, erguida no topo de um maciço montanhoso a 432 metros acima do nível da Praça Sete, com espaço para observação panorâmica. O Alta Vila Classe, construído para ser um shopping, possui quatro andares, abriga a empresa Accenture e um salão para eventos.
Novo cenário
O novo cenário corporativo que concilia teletrabalho e o formato híbrido, ou seja, menos pessoas nos espaços físicos com rodízio nas estações de trabalho, ficando parte em casa e parte na empresa, busca a melhoria de resultados. O sistema, que vem sendo abraçado pelas corporações desde o anúncio da pandemia em março de 2020, é apresentado como tendência de permanência na maioria das companhias, mesmo agora após a volta à normalidade. Empresas de diferentes segmentos, que adotaram o regime de trabalho remoto durante a pandemia, continuam nesse momento com seus funcionários trabalhando de forma híbrida. O modelo traz, por sua própria natureza, uma significativa redução de custos administrativos, principalmente, em relação às contas de água e luz, telefone, materiais de escritório, transporte, entre outros.
Comment (1)
Passou o custo da energia eletrica e da conexão `internet para o funcionário. E o salário teve aumento zero. è a modernidade.