As abelhas são consideradas por especialistas, dentre os insetos, como os polinizadores mais importantes do ecossistema. Globalmente, as populações de abelhas nativas vêm sofrendo declínio devido a ações como desmatamento, competição com espécies invasoras, uso de agroquímicos e mudanças climáticas. O aquecimento global pode causar alterações na intensidade, frequência e na duração de eventos climáticos extremos. Essas mudanças podem afetar aspectos da biologia das espécies, como por exemplo, adaptações fisiológicas e capacidade de habitar determinadas áreas. As abelhas são fundamentais para o planeta e o equilíbrio dos ecossistemas.
A polinização realizada por estes insetos, tanto no âmbito agrícola, quanto para a manutenção da biodiversidade, tem sua importância reconhecida pela Convenção da Diversidade Biológica (CDB), que está diretamente ligada à Organização das Nações Unidas, sendo um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao Meio Ambiente. Graças ao seu trabalho de coleta de pólen e néctar, voando de flor em flor, as abelhas polinizam as flores e promovem a sua reprodução. Os frutos gerados a partir da polinização são consumidos por espécies da fauna local, que ajudam na dispersão das sementes e, consequentemente, na restauração das áreas degradadas. Neste cenário, destaca-se que, aproximadamente dois terços dos alimentos consumidos pela população mundial são produzidos com a ajuda da polinização das abelhas.
Em Brumadinho, Minas Gerais, foram identificadas 35 espécies de abelhas sem ferrão – das cerca de 200 espécies de abelhas sem ferrão existentes no Brasil. As espécies mais conhecidas, como a jataí, mandaçaia, manduri, a mandaguari e a uruçú, geralmente constroem seus ninhos em cavidades existentes em troncos de árvores. Outras espécies utilizam formigueiros e cupinzeiros abandonados ou constroem ninhos aéreos presos a galhos ou paredes. As colônias de abelhas nativas brasileiras variam entre 500 a 4 mil indivíduos, de acordo com a espécie.
As abelhas nativas sem ferrão resgatadas nas áreas atingidas pelo rompimento da barragem B1, e áreas de obra em Brumadinho, estão sendo catalogadas, monitoradas e devolvidas à natureza pela equipe de biólogos da Vale. Até o momento, mais de 650 colmeias de abelhas nativas já foram catalogadas, e mais de 90 já foram resgatadas e realocadas para outras áreas florestais.
A ação foi iniciada ainda em 2019 e faz parte de um acordo firmado entre a Vale e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Brumadinho para a preservação das espécies que auxiliarão na polinização, e, consequentemente, no reflorestamento da região. Importante destacar que as ações de identificação e resgate das colmeias na região estão seguindo as diretrizes definidas na Lei municipal, nº 2.355, de 22 de setembro de 2017.
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