No Grande Teatro Palácio das Artes o Corpo faz cinco apresentações, trazendo Gil Refazendo (2022), com trilha de Gilberto Gil, e Breu (2007), música de Lenine, num contraste entre a solar criação do baiano e a densa música do pernambucano, traduzidas na coreografia de Rodrigo Pederneiras. As apresentações acontecem no período de 30 de agosto a 3 de setembro.
Quase como o dia e a noite: a temporada do Grupo Corpo em Belo Horizonte vai trazer duas criações opostas em sua paleta e na densidade. O solar Gil Refazendo, de 2022, abre as noites com a costura luminosa e sensual das canções de Gilberto Gil. Na segunda parte, o negro toma conta do palco para a fascinante, angulosa e percutida Breu, de Lenine, uma das coreografias que há mais tempo não é vista pelo público brasileiro – foi dançada no país somente em 2007 e 2008.
“Gil Refazendo é a mais recente criação do Grupo – um balé que refizemos, justamente, pela primeira vez em nossos 48 anos, para que ficasse exatamente como gostaríamos”, afirma o diretor artístico Paulo Pederneiras. “Foi uma decisão corajosa, a de recriar do zero – mantendo a mesma trilha – e pode ser vista como uma metáfora da necessidade de se refazer tantas coisas importantes destruídas nos últimos anos”.
Pederneiras fala também da escolha de Breu neste programa. “É uma das obras mais fortes do repertório do Corpo, uma trilha extraordinária criada por Lenine”, continua Paulo. “Há muito queríamos remontá-la; foi escolha unânime por parte da companhia, hoje com bailarinos que nunca haviam dançado essa obra. Fora isso, Breu fala da violência que vem se intensificando nos últimos anos. E mais: exige muito preparo físico e técnico dos bailarinos e, portanto, bastante tempo e fôlego para chegar na excelência da sua execução”.
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