Grupo de Teatro Armatrux reestreia “Nhoque” com novidades em sua sede no Vale do Sol

Neste retorno aos palcos, além de ajustes na encenação e dramaturgia, em alguns momentos do espetáculo, os atores também interagem com a plateia utilizando os sinais de libras. O musical faz única apresentação no C.A.S.A., na sede do grupo no Vale do Sol, em Nova Lima.

No dia 1º de julho, em um sábado, o Grupo de Teatro Armatrux volta à cena com o espetáculo “Nhoque”, a partir das 19h, no Jardim do C.A.S.A. – sede da companhia no Bairro Vale do Sol, em Nova Lima. Na nova montagem, o público mineiro de todas as idades assiste a um grande musical no estilo Armatrux e seu teatro de imagens. Em cena, atores, uma banda de bonecos, projeções, dança e muita música. No repertório, assinado por John Ulhoa (Pato Fu) e Richard Neves, clássicos de Tim Maia, Vander Lee, Sidney Magal e Evaldo Braga, e ainda, composições exclusivas. A direção geral é de Paula Manata.

A apresentação possui acessibilidade em libras. Antes do início do espetáculo, os espectadores têm acesso gratuito aos jardins do C.A.S.A., a partir das 16h30. Sujeito à lotação. No local, haverá DJ, recreação para crianças e o funcionamento do Restaurante Final do Bonde (originalmente localizado no Mercado Novo – BH). Os chefs Paola Menezes e Jean vão servir opções para crianças e adultos, como algodão doce, pipoca, hambúrguer, vinho, espumante, chopp, pão de queijo, e claro, Nhoque!

Além do espetáculo, o Grupo Armatrux ministra no dia 30 de junho, sexta, 9h às 12h, no C.A.S.A., a Oficina “O ator, o objeto e a cena”, voltada para atores em processo de formação, professores, estudantes de teatro e interessados em geral. Vagas: 20 alunos, com idade mínima de 15 anos. Ministrante: Paula Manata. Inscrições pelo Sympla. Este projeto tem patrocínio do Instituto Vale Cultural, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal – união e reconstrução.

Novidades

De acordo com a atriz e fundadora da companhia Paula Manata, as mudanças depois da estreia são inevitáveis. “Um espetáculo nunca está pronto. Isso é bacana na essência de um grupo de teatro. Tudo está sempre se transformando, em movimento”, afirma.

Entre as novidades, a diretora de “Nhoque” adianta que os sinais de libras serão incorporados à encenação pelos próprios atores, em algumas canções. A ideia veio do desejo de ampliar a acessibilidade do trabalho por onde o grupo fosse, já que nem sempre é possível a presença do intérprete em todas as apresentações. “Por enquanto é uma experimentação, mas a proposta é que em breve a gente consiga fazer em todo o espetáculo, como uma linguagem integrada à cena, e não deslocada. Para isso, vamos precisar de muito estudo”, conta.

Outras mudanças dizem respeito à dramaturgia: “Os personagens Fã e Walter, feitos por Raquel Pedras e Cris Araújo, estarão mais integrados à dramaturgia do musical. Também estamos afinando a iluminação, a manipulação dos bonecos e os cantos dos atores”. Paula diz ainda que, a atração musical que costuma encerrar o espetáculo será mantida, como nas apresentações do ano passado. “Mas dessa vez, é surpresa e o público só saberá no dia”, diz.

A escolha de fazer o espetáculo no C.A.S.A. não foi à toa. “Na pandemia, fizemos um movimento e conseguimos nos aproximar da comunidade do entorno. O espaço tem sofrido diversas mudanças em sua estrutura, desde então, para acolher as pessoas com mais conforto. A gente sente que o público entra e fica feliz aqui. É um espaço alternativo, de dois grupos que estão sempre em construção. Tem os desafios de produção. Mas, estamos nos preparando para receber todas e todos com muito carinho e segurança. O asfalto deve chegar até o dia também e estamos providenciando aquecedor para o frio”, conta.

O espetáculo Nhoque

A encenação do musical chama a atenção pela versatilidade de linguagens e primor técnico, que, para a atriz Tina Dias, é resultado de muito trabalho em grupo: “Nhoque é bem contemporâneo e representa a construção de linguagem desses mais de 30 anos do Armatrux.

O público se depara com a dança, o teatro físico, a música, a manipulação de objetos e de bonecos, linguagens que fomos experimentando em nossos espetáculos e aprimorando ao longo do tempo, e que, neste trabalho, aparecem em cena com a mesma importância”, afirma.

Durante o show-espetáculo, o público vai se emocionar com sucessos que marcaram os anos 70 e 80, entre eles, “Escrito nas estrelas”, “Meu sangue ferve por você”, “Sossego”, “Sorria, sorria”, e ainda, músicas autorais compostas especialmente para a montagem. A canção-tema intitulada Nhoque – de autoria do guitarrista John Ulhoa – propõe uma brincadeira sobre a vida e o ofício dos músicos. “Nhoque é uma sátira ao rock mais clichê, é feita em cima do riff mais básico de guitarra que alguém pode aprender. É perfeita pro Jão de Jones (boneco), o momento perfeito pra ele brilhar. Ao mesmo tempo, acho que transmite para crianças uma espécie de fundamento do rock, esse estilo que na verdade já é vovô”, conta John Ulhoa. Paula Manata acrescenta que “Nhoque também nos remete a coisas boas, gostosas de comer, de fácil digestão, assim como esse espetáculo e suas canções”, diz.

Conhecido também em todo Brasil por sua banda de bonecos, Armatrux retoma a linguagem no novo trabalho, só que com outros contornos. “Quem manipula os bonecos são os atores, mas criamos a ilusão para o público, numa grande brincadeira, em que ora o boneco é o ator, ora o ator é o boneco”, diz Tina Dias. A atriz divide cena com Rogério Araújo, Cristiano Araújo, Raquel Pedras, Diony Moreira, Y.umi e Pablo Xavier que manipulam, dançam e se divertem lançando seus corpos no espaço, em movimentos livres e coreografados.

A banda de bonecos é formada por DJ Montana (DJ, tecladista e vocal), Tenório Jackson (vocalista), Mafalda Jackson (vocalista), Jão D’Jones (guitarra e vocal), Noel (baixo e vocal) e Cabeça e mentalidade (cantores convidados), alguns deles interpretados nas vozes de Maurício Tizumba e Júlia Tizumba. “O boneco somos nós. É também um pedaço de espuma, é um pedaço de madeira; são objetos manipuláveis. O boneco é um grande ator, aquele que se permite ser manipulado, aquele que nos possibilita a criação, a criatividade, a ilusão”, acrescenta Paula Manata.

Os bonecos foram criados pelo designer e desenhista Conrado Almada e confeccionados pelo bonequeiro Dudu Félix (Pigmaleão). A direção de arte de “Nhoque” é de Paula Manata, Rogério Araújo e Cristiano Araújo. Cristiano também assina o desenho de luz. A concepção do cenário é de autoria de Camila Buzelin, os figurinos de Rimenna Procópio e coreografias de Eliatrice Gischewski. A criação de trilha sonora está a cargo de John Ulhoa e Richard Neves e a direção geral do musical é da atriz e fundadora da companhia Paula Manata.

Serviço: Grupo Armatrux apresenta Nhoque em C.A.S.A. – 1º de julho (sábado) – C.A.S.A. – Centro de Arte Suspensa e Armatrux (Rua Himalaia, 69 – Vale do Sol – Nova Lima). Acesso gratuito

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