Moradores denunciam poluição no Córrego Estrangulado no Vale do Sereno

O córrego é um dos afluentes do Alto Rio das Velhas, encontra-se poluído por esgoto clandestino em uma situação que vem se repetindo ao longo dos anos na região, gerando uma série de inconvenientes, como mau cheiro, poluição das águas e incentivo ao descarte irregular de lixo, entre outros transtornos.

A Associação das Residências e Condomínios do Vale do Sereno – ARCVS -, em conjunto com a Associação dos Empreendedores dos Bairros Vila da Serra e Vale do Sereno – AVS, a União de Associações de Condomínios e Moradores de Vila da Serra, Vale do Sereno, Belvedere, MG–30 e Região (UNIVIVA) e a Associação Nosso Senhor Redentor, lançaram um abaixo-assinado para uma solução urgente da Prefeitura de Nova Lima e da Copasa no que diz respeito à despoluição do Córrego Estrangulado. O córrego, que passa atrás da Igreja Bom Jesus do Vale, no Vale do Sereno, é um dos afluentes do Alto Rio das Velhas, encontra-se poluído por esgoto clandestino em uma situação que vem se repetindo ao longo dos anos na região. Além de afetar negativamente na biodiversidade do local, o quadro também prejudica os moradores, uma vez que a poluição vem gerando uma série de inconvenientes, como: mau cheiro, poluição das águas, aspecto visual que desfavorece a região, incentivo ao descarte irregular de lixo, entre outros transtornos.

A poluição pode ser percebida pela turbidez e mau cheiro na água em uma galeria de água pluvial no final da Rua do Vale, local que demonstra haver ligações clandestinas de esgoto de alguns edifícios no passado e que agora estão sendo detectadas no córrego que passa atrás da Igreja Bom Jesus do Vale. No último fim de semana, o odor emanado do córrego causou incômodo aos fiéis da igreja. Por esse motivo, o pároco está determinado a realizar um ato em defesa do meio ambiente para uma solução imediata dos órgãos competentes.

Fiscalização

Em resposta aos ofícios enviados pelas associações representativas dos moradores cobrando uma solução para o problema, o secretário municipal de Meio Ambiente Gabriel Coutinho, informou que foi realizada, no dia 18 de agosto do ano passado, uma fiscalização em conjunto com a Copasa para averiguar imóveis na região que não possuíam ligação junto à rede de esgotamento sanitário da Companhia de Saneamento. “Dos 21 imóveis fiscalizados pelo Meio Ambiente, e que poderiam estar em desconformidade nesse processo, descobrimos que 15 estavam irregulares. Eles foram autuados com a obrigação de ligar o esgoto no ramal junto à rede da Copasa. Porém, até o momento apenas dois edifícios cumpriram a determinação e fizeram a ligação. Agora, vamos voltar aos endereços para outra fiscalização com novas autuações. Dessa vez, autuando também os síndicos que são os gestores e representantes oficiais do condomínio, com responsabilidade civil sobre a questão ambiental”, destacou.

O secretário lembrou que é obrigação da Copasa o abastecimento de água, tratamento, esgotamento sanitário, drenagem urbana e manejo de águas pluviais. E que compete à empresa assegurar à população os direitos fundamentais de acesso à água potável em qualidade.

Do outro lado, integrantes de associações questionam se está sendo feita a cobrança de taxas de tratamento de esgoto nos edifícios em questão, e se a companhia estaria recebendo por um serviço que não está sendo oferecido.

Copasa: lançamentos clandestinos

Em nota enviada ao JORNAL BELVEDERE, a Copasa informou que: “atua nos bairros Vila da Serra e Vale do Sereno, em Nova Lima, com o serviço de saneamento básico. As redes de esgoto da companhia operam em condições adequadas. Em relação ao córrego Estrangulado, não há lançamentos de esgoto provenientes de redes da Copasa e, sim, lançamentos clandestinos/irregulares de esgoto no sistema de drenagem pluvial provenientes de imóveis da região, os quais devem interligar seus ramais internos de esgoto às redes coletoras da companhia.

A Copasa esclarece que lançamentos indevidos de esgoto em ramais internos de água pluvial ou redes de drenagem pluvial tratam-se de irregularidades que devem ser corrigidas pelos imóveis e que são passíveis/sujeitas a aplicação de multas.”, termina a nota.

Ligações clandestinas

Segundo um ambientalista, as ligações clandestinas são antigas e provenientes de condomínios que não receberam a aprovação para construção de fossa séptica, e que não teriam como bombear o esgoto até a rede no alto do bairro. Porém, a solução que seria a instalação de uma pequena Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) ou até mesmo um sistema específico de filtragem em cada edifício não foi adotada.

O Córrego do Estrangulado é um curso d’água dentro de Áreas de Proteção Ambiental (APPs) que compõem o Parque das Águas no Vale do Sereno, que está sendo qualificado como espaço de trilhas e caminhadas dentro dos flúmens – cursos de água natural.

Com as ações de despoluição do córrego, os moradores almejam voltar a ter águas límpidas e despoluídas e meio ambiente preservado, tendo em vista que o mesmo é cercado por uma ampla área verde, com rica fauna e flora. Por isso, estão pedindo por ações urgentes da prefeitura de Nova Lima para preservar este espaço natural tão importante, a fim de interromper essa degradação ambiental.

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Comment (1)

  • Welber Nery Souza Reply

    A Prefeitura, o IGHAM, Ibama, Copasa e MP têm de se unirem e atacarem com os dispositivos legais os contraventores aplicando multas(única linguagem que entendem), além de prenderem 9s responsáveis pelos atos, pois a nossa Justiça é morosa, inooerante, burocrática, falida e injusta nesses procedimentos, não entendem nada do tema( não estudaram e não se preocupam em se equiparem, em que pese o governo pagar auxílio de livros), não se interessam e são inoperantes e políticos.Dependeu da justiça, é o fim.

    13 de março de 2023 at 21:29

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