As matas estão pegando fogo. Casas, condomínios, pessoas, animais e bens estão sendo consumidos. Mas o que fazer em um ambiente de escassez?
“Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”. Enquanto o fogo avança, a busca por culpados esquenta. Porém cada um deve cumprir o seu papel durante uma crise e atrapalhar não deve ser opção.
Manhã de domingo, sol ardendo, vitória histórica do Atlético e prenúncio de um dia perfeito. Por outro lado, notícias sobre incêndios pipocam em todo o país. Porém desta vez foi diferente. Mais um episódio na porta de casa e o sendo de impotência ressurge devido a incapacidade de resolver a situação.
Logo surgem as primeiras soluções e pérolas dos famosos grupos de “WhatsApp”:
“Vamos todos ligar para o Corpo de Bombeiros, assim eles darão a atenção devida.”
“Mas também, esta prefeitura é omissa e não faz nada”.
“Cadê a Defesa Civil?
Ou seja, de dentro de casa, todos possuem a solução mágica.
Incomodado com esta situação, procuro me inteirar do assunto. No mesmo momento, a Região Metropolitana de Belo Horizonte, está com cinco grandes focos de incêndio. Neste quadro, é impossível atender a todos e confio na inteligência e competência do comando do Corpo de Bombeiros, na escolha correta de suas missões e onde direcionar seus escassos recursos.
Imagino que em primeiro lugar deverão ser atendidas as ocorrências em que pessoas correm perigo ou que possuem maior capacidade de risco. Uma coisa é certa, atender a todos é impossível e o critério de número de ligações recebidas será sumariamente descartado como gestão de risco.
Em seguida, considerando minha função de síndico de um grande condomínio, com mata ao fundo, passo a me questionar: “E você, está preparado para um incêndio de grandes proporções na mata?” E logo vem a minha resposta: “Não.”
Neste momento minha sensação de impotência perde lugar para o papel e caneta. Qual o meu plano de contingência para um incêndio de grandes proporções? E se os bombeiros não chegarem em minutos, o que faremos?
Termino o dia de hoje mais aliviado. Revisamos todo o Plano de Ação de Incêndio e agora vamos para a execução. Descobrimos falhas, antecipamos medidas antes postergadas, implantamos novos procedimentos, corrigimos rotas, decidimos investir em novos equipamentos e lançaremos em breve nossa Semana de Combate e Prevenção à Incêndio.
Daremos cursos, criaremos uma nova brigada de incêndio e principalmente iremos treinar as pessoas a lidar em momentos de crise e escassez.
Com certeza é bem mais difícil do que reclamar ou procurar culpados. Faremos a nossa parte.
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