É fato entender que o significado da natureza no dia a dia das pessoas é algo generoso. Tudo que precisamos para sobreviver e prosperar é providenciado naturalmente pelo mundo que nos rodeia: alimentos, água, plantas medicinais, materiais para construção de abrigo, e até ciclos naturais, tais como o clima e nutrientes. Já sabemos também que o meio ambiente pode influenciar de forma significativa na saúde física e, substancialmente, na saúde mental e no bem-estar das pessoas. Fornece ao ser humano desde elementos básicos até oportunidades para recreação, inspiração e benefícios psicológicos e espirituais. Em termos científicos, esses são os “serviços ecossistêmicos”, também conhecidos mais recentemente como “contribuições da natureza para as pessoas”. O conceito de serviços ecossistêmicos ressalta a interdependência entre ser humano e natureza. Portanto, se as ações humanas impactam os ecossistemas e a biodiversidade, como a natureza pode ensinar as sociedades humanas?
Uma semente, uma flor, uma árvore, uma mata, não importa o tamanho. Observá-las sempre rende ótimos aprendizados sobre como lidar com os nossos problemas do dia a dia, por exemplo. A maioria de nós passa a maior parte do tempo em lugares fechados, onde interiorizamos constantes preocupações e incertezas que nos distanciam de nossa essência. O dia a dia atarefado também nos impede de observar o mundo ao nosso redor. Precisamos ter mais atenção na natureza, pois ela está repleta de conhecimento para nos ensinar.
A maneira mais fácil de aprendermos com a natureza é lembrar primeiro: “Por que ela faz o que faz?” Qual o sentido e o objetivo de cada coisa ser feita e de cada função de um ser vivo na natureza? Vale lembrar que, a vida sempre cria condições que propiciam vida. Todo ser vivo está sempre evoluindo, de modo a garantir a sua sobrevivência e a perpetuação da sua espécie.
Pensemos nos pássaros, que voam milhares de quilômetros em rotas migratórias, projetando trajetos com exatidão matemáticos em busca de alimento. Pensemos nas formigas e abelhas, que trabalham de forma cooperativa para manter suas comunidades sempre em busca de um benefício e objetivo comum. Pensemos nos peixes, animais aparentemente frágeis, que enfrentam a gravidade, nadam contra a correnteza para se reproduzir e garantir a permanência da espécie. Pensemos nos filhotes de tartaruga, também frágeis, que cabem na palma das nossas mãos, que nascem e já por instinto, caminham com determinação até o mar, garantindo sobrevivência.
As plantas também têm muito a nos ensinar. Afinal, como não admirar a capacidade das folhas de transformar a luz do sol, juntamente com água e alguns nutrientes que retiram do solo em alimento e ainda produzir oxigênio, como se tivessem oferecido aos céus uma gratificação? Observemos também as raízes, que se expandem driblando obstáculos até que consiga sugar do solo a água que as árvores precisam para sobreviver. E a diversidade das plantas, que crescem em abundância colaborando umas com as outras como nas florestas. E as plantas, que já que não podem caminhar, precisam atrair animais polinizadores para garantir que suas sementes sejam espalhadas e perpetuadas e assim desenvolver flores coloridas e perfumadas, para que elas sejam sempre visitadas por abelhas e borboletas, por exemplo.
Até bem pouco tempo atrás, o papel que um meio ambiente saudável desempenhava na proteção da saúde humana, havia sido bastante desprezado. Pouco a pouco, estamos percebendo que ajudando a natureza também melhoramos nosso bem-estar físico e mental.
Ouso dizer que a natureza é “o melhor sistema de saúde”. É uma espécie de terapia e autocuidado. Seja em sua grandiosidade ou nos pequenos detalhes, em cada ciclo, em cada transformação, a natureza se revela a nós como uma obra perfeita. Se nos permitirmos enxergar, seremos capazes de aprender muito com ela. E, talvez assim, vamos enfim parar de destruí-la.
O que a Mãe Natureza nos ensina? O que Albert Einstein também nos ensina:
“Observe profundamente a natureza e você vai entender tudo melhor.”
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