Por Carlos Eduardo Campolina / Empresário, coordenador do Movimento Nossa Nova Lima, morador do Vale do Mutuca
No último artigo, refletimos sobre os indicadores de PIB e IDH que fazem Nova Lima estar no topo da classificação e também ser vista como uma cidade milionária e “que não pode ter problemas”. Não devemos e não podemos tomar os números “secos” como retratos de uma realidade, pois limitamos a análise apenas ao número em si no comparativo com outros Municípios. Precisamos também falar sobre o que é o impacto das ações de assistência social em nosso município.
Um importante papel do setor público é a definição e execução de políticas públicas, que tenham como objetivo proporcionar melhor qualidade de vida para todos os seus habitantes, de forma equânime, justa e digna, e de forma sustentável e integral.
Assistência social
As ações relacionadas à assistência social são fundamentais para apoiar famílias e cidadãos em estado de necessidade, buscando promover condições dignas de vida para quem precisa. Ao mesmo tempo precisamos buscar meios para que esta ajuda não seja eterna e a dependência da pessoa ao estado seja a mais curta possível. “Assistir” é ajudar no momento de dificuldade. Este quadro foi extremamente impactado com a pandemia, uma vez que milhões de pessoas ficaram sem condições de sustento próprio e o Estado precisou criar mecanismos de ajuda, o que onerou bastante o orçamento público.
Nova Lima fez o que precisava na pandemia e na tragédia que devastou a Cidade, e em especial o Distrito de Honório Bicalho, nas chuvas de 2022. Com uma receita diferenciada e bem acima da média nacional, não teve grandes dificuldades em apoiar as pessoas que precisaram de ajuda, e continua apoiando até hoje com programas sociais que visam equilibrar os desníveis sociais, como o Nova Renda, banco de alimentos, distribuição de cestas básicas, vales transporte e redução do custo de passagens, aluguel social, bolsas de estudos, inauguração de centros de apoio em vários bairros, entre outros.
Nova Renda
Buscando um pouco mais de informação sobre este tema, notamos que em nossa cidade, mais de 30.000 pessoas são inscritas no sistema de cadastro do governo federal e fazem uso de algum tipo de benefício social todos os meses. Notamos que o Programa Nova Renda complementou renda para mais 3.500 famílias, atingindo mais de 10.000 pessoas, lembrando que somos 108 mil habitantes e cerca de 40.000 são de classe média/alta. O orçamento da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social passa dos R$ 70 milhões ao ano. Podemos facilmente identificar famílias que já têm 4 gerações dependentes da ação social municipal. É este o caminho?
Obviamente que somos totalmente favoráveis a apoiar as pessoas que precisam, mas muito além disso, precisamos atuar para que estas pessoas e suas famílias tenham condições de resgatar a dignidade de viver com o fruto do próprio trabalho, que a ação social não seja assistencialismo e comodismo, promovendo a dependência das pessoas às ações públicas. Todos devem ser capacitados e motivados a acreditarem em suas próprias habilidades e capacidades, se desenvolvendo e conquistando tudo aquilo que lhe seja importante para uma vida saudável. Precisamos entender o fluxo destas ações e a eficiência, se buscam dar dignidade de vida às pessoas e se estamos criando condições para que estas pessoas possam sair pela porta da frente, de cabeça erguida.
Nossa cidade é um ponto bem acima da curva em PIB e IDH, e por isso acreditamos que temos plenas condições de melhorar ainda mais as ações das políticas sociais, buscando dar mais ênfase na busca da dignidade, do que no assistencialismo puro. Ensinar a pescar ao invés de dar o peixe é o caminho que o movimento “Nossa Nova Lima” vai defender através de seus representantes eleitos no próximo pleito.
Integrar a sociedade aos projetos que possam potencializar os efeitos da ação social no resgate da dignidade humana é o objetivo principal, aí sim levando Nova Lima ao posto de campeã das cidades com melhor qualidade de vida e dignidade humana, de verdade!
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