Para a vereadora, a interrupção dos trabalhos no Trevo do Belvedere “não se deu por impedimento técnico e nem por ausência de estudos de impacto viário e ambiental. Ali, aconteceu um pleito a partir de uma reunião com aproximadamente 200 pessoas. Confesso que tenho muito receio que essa situação de 200 pessoas que paralisaram essa obra, possa refletir nas outras três obras que temos para a mobilidade da região”.
“Não reverter essa obra significa colocar em risco as três outras intervenções de mobilidade previstas para a região entre Belo Horizonte e Nova Lima. Não podemos deixar que a grande obra de mobilidade que possui estudo técnico desde 2009, mostrando a viabilidade e a premência de implantação, seja impedida pela vontade de poucos, sucumbindo a necessidade de muitos.”
A afirmação é da vereadora Fernanda Altoé (NOVO), ao falar do erro cometido na alteração de projetos que originou a paralisação das obras viárias no Trevo do BH Shopping. Autora do requerimento da audiência pública realizada na Câmara Municipal, no último dia 3 de abril, ela explica que ficou muito claro que a paralisação das obras de alargamento do viaduto e da alça na Avenida Luiz Paulo Franco, na margem da Lagoa Seca, pela Prefeitura de Belo Horizonte, “não se deu por impedimento técnico e nem por ausência de estudos de impacto viário e ambiental. Ali, aconteceu um pleito a partir de uma reunião com aproximadamente 200 pessoas”, explicou. A vereadora ressalta que não houve uma audiência ou reunião com todos os moradores do bairro, além da visita do presidente da Câmara, para justificar a mudança do projeto.
Fernanda lembra que questionou, na própria audiência, o superintendente da Sudecap, Leonardo Gomes, se era viável a realização da obra e se o clamor popular poderia fazer a prefeitura voltar atrás. “Isso se confirmou pelo movimento criado na região após o lançamento de um abaixo-assinado que hoje (dia 8 de abril) está com mais de 5 mil assinaturas. Inúmeras pessoas estão apoiando a realização dessas obras. Nós temos a sensibilidade para a questão ambiental, e isso pode ser posteriormente discutido após o início da licitação e da execução das obras por meio de aditivo contratual. O meu grande receio é fazer um novo projeto neste momento, porque isso vai significar mais seis anos para esta obra sair”, justificou a vereadora.
Obras necessárias
A vereadora Fernanda Altoé ressalta que as obras que estão previstas e são vistas como necessárias há mais de dez anos, e se mostra temorosa sobre outras situações semelhantes de impedimento de outros projetos de infraestrutura. “Confesso que tenho muito receio que essa situação de 200 pessoas paralisarem essa obra, possa refletir nas outras três obras que temos para a mobilidade da região. Porque ficou um sinal de que é possível sim impedir a realização dessas obras. No entanto, é preciso lembrar que aquele local tornou-se um problema de saúde pública, não é mais um problema somente de trânsito. É uma situação que afeta a vida de quem mora, de quem passa pelo bairro e trabalha na região. As pessoas não estão conseguindo chegar em escolas, em hospitais. Estão perdendo compromisso de trabalho, consultas médicas, empregabilidade. A gente precisa de obras naquela região e nós não podemos sucumbir pela vontade de poucos”, alertou.
Fernanda Altoé informou, ainda, que como presidente interina na Câmara Municipal esteve com o vereador Juliano Lopes, que está substituindo o prefeito Álvaro Damião em viagem a Lima, Peru, e lhe entregou um ofício da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere (AMBB), solicitando uma visita do executivo à região para mostrar de fato a vontade da maioria. “O prefeito Álvaro foi meu colega no mandato passado e ele é uma pessoa muito aberta a ouvir as pessoas. Tenho certeza que ele teria humildade para voltar atrás em suas decisões vendo o que é melhor para a região. Ele é um prefeito que quer dar uma ‘cara nova’ à prefeitura. E estou confiante que a prefeitura terá essa sensibilidade nesse momento”, ponderou.
Fernanda propõe, inclusive, um planejamento dos espaços abertos existentes naquele ambiente público da Lagoa Seca, de forma que com a retirada das árvores o mesmo recebesse um paisagismo moderno, com a arborização compondo as áreas no entorno da praça e a ocupação dos espaços, criando ali um equipamento público de lazer para uso de toda a comunidade. Segundo ela, esse projeto poderia constar no aditivo de 25% do valor da obra, pois o objeto continua sendo a obra e não haveria problema em mudar o projeto arquitetônico.
Deixe um comentário