Pesquisa aponta insatisfação do eleitor com transporte e trânsito em BH

Segundo levantamento do Instituto DATATEMPO, 26% dos entrevistados citaram que transporte e trânsito é hoje o maior problema de BH, enquanto 25,8% se queixam da saúde. A mobilidade urbana também é questão primordial no Belvedere e no Vila da Serra.

Os novos prefeitos de Belo Horizonte e de Nova Lima vão enfrentar uma demanda muito delicada para os eleitores: a mobilidade urbana. A questão é apontada pelo eleitor como um dos maiores problemas nos dois municípios, principalmente, quando se trata do trânsito na divisa das duas cidades, na região do Belvedere e Vila da Serra.

As gestões de Nova Lima e Belo Horizonte têm como desafio a execução de obras viárias que promovam a mobilidade e integração entre as cidades. A Prefeitura de Nova Lima, por sua vez, já anunciou uma avenida ligando a MG-030 e o bairro Jardim da Torre até à região do Vila da Serra, a Via de Integração Rio de Peixe que irá ligar o bairro Honório Bicalho ao Vale do Sol e o viaduto em formato de ferradura, na MG-030 na divisa com BH, no Belvedere. Também está em debate a utilização do leito da antiga via férrea para uma avenida e parque.

Pesquisa DATATEMPO

Uma pesquisa recente, divulgada no último dia 10 de agosto, pelo Instituto DATATEMPO, mostrou que a qualidade da estrutura de transporte e trânsito e do atendimento à saúde estão na mira do eleitorado de Belo Horizonte. Os setores dividem o topo do ranking de serviços públicos com pior avaliação entre a população apta a votar na Capital.

Questionados sobre qual é hoje o maior problema da cidade, 26% dos entrevistados citaram ser transporte e trânsito, enquanto 25,8% se queixaram da saúde. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos.

Trânsito difícil diariamente

Vencer o grande volume de veículos na região do Belvedere e do Vila da Serra, especialmente no entorno do BH Shopping, já é um grande desafio diário. Se esse fluxo enorme de veículos sofre uma interrupção, aí o trânsito vira um caos, com engarrafamentos quilométricos.

São veículos deixando os bairros Belvedere, Vila da Serra, Vale do Sereno e vindos de Nova Lima, pela MG-030, além de quem chega pela BR-356. O fato é que todo o entrave de tráfego está relacionado aos entrelaçamentos de grandes avenidas e vias, como na Avenida Luíz Paulo Franco, Raja Gabaglia e Avenida Nossa Senhora do Carmo.

“Se para quem está em um carro é difícil, imagina para quem está em um ônibus lotado e muitas vezes em pé. Enfrento essa situação praticamente todos os dias. Quando entro no trabalho, estou cansada; o trânsito até aqui já me estressou tanto que chego a sentir mal estar. O jeito é ter paciência e pedir a Deus que ilumine a cabeça das autoridades para uma solução que facilite, pelo menos, um pouco a nossa vida”, lamenta a trabalhadora doméstica Maria da Conceição Silva, que chega ao Belvedere sempre às 8 horas, quando o trânsito está melhor, e que resolveu ligar para a redação do JORNAL BELVEDERE, na tentativa de sua fala ser ouvida.

Outro que reclama é o morador do Belvedere, José Antônio Bernardes de Lima: “Basta um acidente pequeno para complicar totalmente o trânsito na região. A locomobilidade que já é ruim na região, se agrava ainda mais se houver um acidente em avenidas próximas, trazendo reflexos em vários outros pontos do eixo-sul de BH. Esta região cresceu muito, mudaram a Lei de Ocupação e permitiram comércios na região de casas. Isso vem trazendo mais volume de veículos e trânsito para o Belvedere. Então, é necessário criar alternativas urgentes, as autoridades precisam ter boa vontade e um olhar sensível para resolver isso”, desabafou.

Alternativas. É exatamente essa a saída, conforme explicação do especialista em trânsito, Silvestre Andrade, proprietário da Infraplan Consultoria, empresa especializada na realização de estudos de engenharia, tráfego, transporte e logística, em entrevista ao JORNAL BELVEDERE recentemente.

Sobre a falta de alternativas viárias ele explicou: “No Vila da Serra, por exemplo, há uma rede viária sem alternativas, com a Alameda Oscar Niemeyer considerada o principal corredor que possui um sistema viário insuficiente por ainda contar com uma urbanização ao redor em estágio incipiente. Assim, o que acontecer ali, vai se espalhar no eixo com Belo Horizonte. Como acontece com a Nossa Senhora do Carmo, que atende a região Centro-Sul, e que é a entrada para quem chega do Rio de Janeiro. Um problema na Avenida Luíz Paulo Franco, na MG-030 e na Alameda Oscar Niemeyer é um problema para a região inteira”, pontuou.

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