A situação vem extrapolando os pisos de calçadas. Em jardins de edifícios e nas entradas de algumas residências o incômodo é muito grande.
O Belvedere vem se tornando, a cada dia, um lugar mais aprazível para caminhadas, passeios de bike e corridas. E vem sendo um ótimo espaço público para passear com os animais de estimação. Mas, o que muita gente ainda não percebeu é a necessidade de dispor adequadamente os dejetos que esses animais produzem durante o passeio, pois além da sujeira e mau cheiro eles podem transmitir doenças. A situação vem extrapolando os pisos de calçadas. Em jardins de edifícios e nas entradas de algumas residências o incômodo é muito grande. Alguns moradores já instalaram placas orientando o tutor de animais a levar a sujeira de volta para descarte correto, na tentativa de sensibilizar sobre essa questão ambiental bastante incômoda.
Quem trafega por algumas vias e também ao redor da Lagoa Seca já precisou se desviar da sujeira e sentiu-se incomodado com o problema que aumenta a cada dia mais. Para a moradora Beatriz Guimarães, essa é uma situação que está saindo do controle, uma vez que pessoas de fora vêm com os cães para passear no bairro e não se preocupam em deixar a sujeira para trás. “Infelizmente, as pessoas só conseguem enxergar o bairro pela sua beleza, topografia e tranquilidade para o lazer. Mas, não entendem que se encontram as ruas limpas, precisam deixá-las do mesmo jeito. Afinal, a posse responsável de animais de estimação vai além dos cuidados básicos com alimentação e vacinação. Proprietários e cuidadores precisam se conscientizar e proceder adequadamente com relação ao recolhimento e destinação de dejetos. A população não é obrigada a conviver com isso”, declarou a moradora.
Para o presidente da Associação de Amigos do Bairro Belvedere (AABB), Ubirajara Pires, a solução do problema passa pela educação e pelos cuidados de quem tem a posse do animal. Ele informou que a Associação dos Amigos irá disponibilizar novamente os saquinhos de plásticos para que o dono pegue o dejeto de animais e dê a correta destinação. “No passado, cansamos de colocar os plásticos nas lixeiras instaladas pela Construtora Patrimar. Mas, alguém sempre roubava todos os plásticos tão logo os mesmos eram colocados. Agora, vamos colocar e vigiar. Porque um lugar tão bonito e bem cuidado, não pode receber tanta sujeira dessa natureza”, destacou.
Lei prevê multa
Mas, uma lei municipal de 2021 dispõe sobre a limpeza urbana, os serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos em Belo Horizonte. De acordo com a Lei 10.534/2012, “o proprietário, o responsável ou o condutor de animal deverá proceder à limpeza, acondicionamento e remoção imediata dos dejetos do animal depositado em logradouro público, mesmo que esteja sem guia ou coleira. Parágrafo único – Os dejetos de animais poderão ser dispostos na rede primária do sistema de esgoto sanitário local ou encaminhados para os serviços regulares de coleta e transporte de resíduos sólidos domiciliares, desde que devidamente acondicionados e em conformidade com as normas técnicas da SLU”.
Pela lei, quem deixa fezes de animais de estimação em vias públicas pode pagar uma multa de R$ 790,54. A lei também determina que os dejetos não podem ser jogados em lixeiras públicas e sim em lixeiras específicas dessa destinação ou levados para descarte em casa. Porque quem recolhe e descarta em lixeiras comuns também está sujeito à multa de mesmo valor.
As fezes de animais somente podem ser descartadas na rede pública de esgoto sanitário ou para o sistema individual de tratamento de esgoto, por meio do descarte no vaso sanitário. “Vale lembrar que os parasitas eliminados nas fezes dos animais são, na maioria das vezes, transmissores de doenças que podem se manifestar em crianças e adultos, além dos próprios animais. Ambientes contaminados podem criar uma cadeira de virose e verminoses para outros animais. Aquele que não está doente, poderá se contaminar naquele momento”, informou a veterinária Gisele Almeida Costa.
De acordo com ela, o dono do animal deve recolher as fezes em sacos plásticos resistentes, e embalá-las de forma correta para evitar o rompimento da embalagem. “Nunca se deve deixar essas embalagens em locais públicos, jogados no chão ou próximo a postes onde outros cachorros se aproximam. Levar os dejetos de volta para casa e descartá-los no vaso sanitário é a melhor solução. Além disso, é importante criar uma rotina para o animal, incentivando-o a fazer suas necessidades antes mesmo do passeio. Para a criação da rotina dos animais, o dono pode contar com a ajuda de adestradores, por exemplo”, destacou a moradora.
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