Usuários da BR-040 estão otimistas com promessa de mais segurança na via com nova concessionária

A EPR Via Mineira, a nova concessionária que assumiu a BR-040, apresenta proposta de investimentos e de ações nos primeiros 100 dias para melhoria e segurança da rodovia, como recuperação asfáltica e sinalização.

Lideranças do Movimento SOS-040 e usuários da rodovia BR-040 ficaram bastante esperançosos após a apresentação feita pela EPR Via Mineira, a nova concessionária da BR-040, sobre o Plano de Concessão, de investimentos e de ação para os primeiros 100 dias. A empresa assumiu o trecho Belo Horizonte/Juiz de Fora, no último dia 6 de agosto, e anunciou que estão previstas ações imediatas para melhoria e segurança da rodovia, como recuperação asfáltica e sinalização. As obras serão paliativas até a aprovação do licenciamento ambiental e projeto estrutural.

No plano de investimento estão previstos 164 km de duplicação, 42 km de faixas adicionais, 15 km de vias marginais, 14 km de ciclovias, 33 dispositivos de interconexões e oito passarelas. No terceiro ano da concessão, Nova Lima receberá faixas adicionais no km 544,22 e uma passarela no km 553,3. Até o quinto ano de concessão serão construídas faixas adicionais do km 544,76 ao km 564,79, a duplicação da BR-356 até o bairro Água Limpa e duas passarelas, sendo uma no Jardim Canadá e outra em Água Limpa. No quinto ano, haverá duplicação do km 564,7 até o km 571,6, também em Nova Lima.

O CEO da EPR Via Mineira, José Carlos Cassaniga, defende que a segurança precisa ser aumentada no trecho entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete, de forma rápida, com obras de visibilidade. O temido período chuvoso e o de férias, quando as tragédias são potencializadas, ganham uma importância maior nos trabalhos a serem realizados na chamada “pré janela de chuvas”. Segundo Cassaniga, haverá uma constância do trabalho de manutenção e conservação da rodovia, retirando da pista áreas de alagamento e sujeiras acumuladas, como também serão instaladas sinalização refletiva e outras com balizadores e separadores de pista. A rodovia também passa a ser operada constantemente pelo centro de controle, com serviços para melhoria da segurança e fluidez do tráfego, mesmo que de maneira provisória até que os investimentos sejam aplicados.

Segurança aos seus usuários

“A meu ver, nasce novamente a esperança de termos uma BR que traga segurança aos seus usuários. Evidentemente, isto não acontecerá de uma hora pra outra, nem na plenitude de como o movimento gostaria. Mas, a empresa mostrou que está empenhada e se programa para o enfrentamento dos problemas emergenciais. Pois, já existe um planejamento para tratar, de pronto, pontos emergenciais que exigem atuação imediata com o plano dos 100 dias, bem como para a solução definitiva dos problemas com as entregas da ampliação da capacidade se iniciando a partir do 3º ano da concessão. O que não ficou claro é como será tratado o transporte do minério na BR 040 pela nova concessionária, porque apesar de não ser possível proibi-lo por uma via pública, é sabido que se continuar como está, todo trabalho será em vão”, ressaltou a advogada Kátia Negreiros, coordenadora do SOS-040.

Segundo ela, a partir da apresentação o que se viu foi “uma concessionária com postura diferente, aberta a ouvir e se aproximar de todos os atores envolvidos, incluindo a sociedade civil organizada. Nós fazemos questão de participar, no sentido de contribuir para buscar e alcançar os melhores resultados que beneficiem a todos. Contudo, a nova concessionária também terá que mostrar a que veio, já com o plano dos 100 dias, ou não conseguirá o voto de confiança que solicitou, porque confiança se conquista”, declarou. A coordenadora disse ainda que o movimento SOS 040 continuará atento, fiscalizador e acompanhando de perto toda a implantação das melhorias apresentadas e cobrará quando diante de desvios ou inobservância dos interesses dos usuários.

Olavo Fonseca, também integrante do SOS-040, disse que pela apresentação ficou claro que nem a concessionária e nem a ANTT têm poderes para impedir o uso da rodovia por parte dos caminhões de minério, mas que ambos vislumbram um caminho para retirá-los da estrada. “A utilização do ‘free flow’, conforme dito, poderá ser espalhado por vários pontos da estrada, o que possibilitará a cobrança de pedágio daqueles que hoje a utilizam sem o pagamento por seu uso. Uma vez que não passem pelas praças atuais, como é o caso de boa parte dos caminhões de minério. Além disso, outro ponto seria a instalação de balanças que calculam o peso dos veículos em movimento, que poderá impactar na redução do peso carregado pelos caminhões”, destacou.

Sinalização horizontal e vertical

Ele citou ainda outros dispositivos para promover a fiscalização regular e aumentar a segurança, como a instalação de câmeras em toda a extensão do trecho, sem pontos cegos. “Acredito que isso irá catapultar a fiscalização por parte da PRF, uma vez que de um único ponto o policial rodoviário terá a visão de grande extensão da rodovia e, consequentemente, o aumento da aplicação de penalidades aos motoristas infratores”, informou.

Outra observação feita por Olavo refere-se à limpeza contínua da sinalização horizontal e vertical. “Como esta é uma operação que tem custos, acredito que não sejam desprezíveis, principalmente para um trecho de aproximadamente 100 km, considerando que a receita da concessionária está limitada à arrecadação do pedágio. Com isso, certamente a EPR buscará sua redução para garantir ou aumentar sua margem de lucro”, explicou.

Para ele, tudo isso “poderá aumentar o custo de transporte do minério, somado à provável elevação do tempo de viagens durante a realização das obras de melhoria. Acredito que é grande a probabilidade de as mineradoras buscarem outras formas de escoar seu minério ou outros caminhos”, declarou.

Trevo de Moeda

Segundo informou o Diretor Executivo da EPR, Erick Camargo, a localização das passarelas poderá ser revista, pois existe a possibilidade de atendimento aqueles locais que não foram atendidos no projeto. Em relação ao trevo de Moeda, ele disse que estão previstos dois retornos em desnível para a localização do pedágio de Itabirito, para diminuir o conflito de travessia na pista. “Esta seria uma medida emergencial, a ser feita antes da realização total das obras, com um retorno antes da praça de pedágio”, relatou.

Ainda segundo ele, no trevo de Moeda há uma sequência de investimentos previstos no contrato. “Há um trevo fora do projeto e que está sendo executado pelo município, que pode ganhar uma discussão e estudos técnicos a serem levados à Agência Reguladora. Entendemos toda a problemática do trevo de Moeda. Ele pode ser um trevo municipalizado, mas antes precisamos fazer os estudos técnicos e fazer a proposição de antecipação“, explicou.

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Comment (1)

  • helder Reply

    O Pedágio dobrou de preço, agora vamos ver se obras, se principalmente, no trecho Itabirito , Congonhas e Lafaiete acontecerão em curto prazo.
    E ainda quando os caminhoes das mineradoras deixarão de transitar por esse trecho, maiores causados de acidentes com vítimas fatais.
    Promessas nunca faltaram com a antiga concessionaria, assim com fiscalização e exigencia do poder publico.

    14 de agosto de 2024 at 12:18

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