O fato aconteceu em um terreno no chamado loteamento da Vila Castela II, na parte baixa da Rua Grandolfo, em uma área de servidão, onde uma residência será construída. Copasa alerta sobre os riscos de perfurar terrenos sem prévio conhecimento das características do local.
Um vazamento em duas junções de uma adutora da Copasa em área a ser construída no Condomínio Vila Castela acende o alerta sobre os riscos de perfurar terrenos sem prévio conhecimento das características do local, por colocar em risco o abastecimento de água de vários bairros em Nova Lima e Belo Horizonte.
O fato aconteceu em uma área onde estão sendo vendidos lotes do chamado loteamento da Vila Castela II, na parte baixa da Rua Grandolfo. Com a vazadura de água houve um intenso abatimento de terra que provocou uma grande erosão e carreamento de materiais para vários lotes abaixo deste local. O fato aconteceu há mais de um mês, a Companhia de Abastecimento fez o serviço e parte do aterramento no local, faltando ainda a recuperação vegetal.
Área de servidão da empresa
Um fato estranho chamou a atenção da equipe do JORNAL BELVEDERE que esteve no local e comprovou que mesmo após a descoberta de adutora no local e diante de todos os riscos, o proprietário do terreno ainda colocou uma placa no local informando sobre a sua futura construção. Segundo um morador próximo, que não quis se identificar, proprietários de terrenos estariam comprando lotes em área de preservação e agora em área de servidão. “Ninguém sabia que essa adutora passava aqui, foi uma surpresa. E diante disso, a responsabilidade agora é maior para quem comprou áreas nesta região”, alertou.
Segundo informações da Copasa, trata-se de uma área de servidão da empresa, instalada quando o local ainda era uma fazenda, no início da década de 50. No local, há duas adutoras com tubulação feita de ferro fundido e diâmetro de 600 milímetros, uma oriunda da captação dos Feixos e outra da captação do Mutuca, que transportam água para Estação de Tratamento de Água (ETA) Morro Redondo, localizado na BR 356, no Belvedere. A Estação de Tratamento de Água (ETA) Morro Redondo é a única estação de tratamento localizada dentro da cidade de Belo Horizonte. Seu reservatório está em operação desde 1958 e a ETA desde 1972. O Sistema Morro Redondo abastece parte de Nova Lima e 20 bairros da região centro-sul. A capacidade de produção é de até 750 L/s. O rompimento de uma adutora por escavação em local desconhecido poderá comprometer o abastecimento de mais de 200 mil pessoas, de acordo com a Copasa.
A Copasa informou que não recomenda quaisquer escavações, bem como movimento na faixa de servidão da adutora. E esclarece que no local de um dos vazamentos foi necessário a escavação em dois platôs, devido a declividade do terreno natural. Que qualquer intervenção em terrenos precisa contar antes com uma consulta junto às concessionárias de água e energia para conhecimento das características do local e para a segurança construtiva.
De acordo com a legislação, a área de servidão acompanha o percurso de um duto ou de uma linha de transmissão. Por determinação da lei, a faixa deve ter largura 20 metros, de alinhamento pelo centro do duto, e mantida livre quaisquer tipos de construção. No local, apenas são permitidos alguns tipos de plantação.
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