ENTREVISTA / Márcio Horta / Diretor Geral do Colégio Santo Agostinho
Na edição ESPECIAL em comemoração aos 20 anos de circulação do JORNAL BELVEDERE, um dos personagens destacados foi Márcio Horta, Diretor Geral do Colégio Santo Agostinho, que na ocasião nos concedeu uma importante entrevista que reproduzimos nesta edição.
Márcio Horta comenta que neste momento de transformação que passamos, os desafios da Educação são necessários e fundamentais para que as instituições educacionais busquem investir continuamente na formação de seus educadores. “Neste ano, por exemplo, com a popularização de inteligências artificiais, como o Chat GPT, proporcionamos uma formação sobre o tema, de forma a gerar maior entendimento e preparação dos profissionais para essa nova realidade”, destaca o Diretor do Santo Agostinho.
Com previsão de abertura da nova unidade no Alphaville, prevista para 2027, o Santo Agostinho foi a primeira Showcase School reconhecida pela Microsoft em Minas Gerais e uma das 22 escolas brasileiras. Muitos dos professores possuem o selo MIE Expert, sendo considerados pela Microsoft como Educadores Inovadores, o que significa que, além da certificação, eles podem se conectar a educadores do mundo .
Assim, Márcio Horta avalia que “a tecnologia deve estar a serviço da educação: investimos em inovações tecnológicas que colocam o digital para funcionar a favor do humano, pensando sempre no impacto positivo e transformador na educação”.
Acompanhe outros posicionamentos nesta entrevista de Márcio Horta:
JORNAL BELVEDERE – O Colégio Santo Agostinho foi o primeiro a chegar à região. Como se deu essa escolha do local para instalação da instituição de ensino? Por que escolheram a região?
Márcio Horta – A Unidade Nova Lima do Colégio Santo Agostinho começou a ser construída em 2006 e foi inaugurada em 2007. Naquela época, o Colégio Santo Agostinho já contava com unidades em Belo Horizonte e em Contagem, mas existia a demanda das famílias por mais vagas, que contemplassem também outras áreas da Região Metropolitana. Muitos pais que residiam em BH, nos bairros Belvedere e Buritis, por exemplo, levavam seus filhos para a Unidade que fica no bairro Santo Agostinho.
Nesse sentido, os freis agostinianos, com uma visão estratégica, já vislumbravam o crescente desenvolvimento da região de Nova Lima e, consequentemente, o investimento de grandes empresas, o que impulsiona o crescimento populacional e a demanda por uma educação de excelência. Foram feitas pesquisas que comprovaram que o perfil do público era alinhado ao do Colégio e que o Vale dos Cristais apresentava a localização ideal, tendo fácil acesso para os condomínios do entorno, para o Centro de Nova Lima e para o Belvedere e outros bairros de Belo Horizonte.
JB- A instalação do Santo Agostinho no Vale dos Cristais reforça a criação de vetores de desenvolvimento dentro de Nova Lima? Como a mantenedora vislumbrou o crescimento e o adensamento da região?
Márcio Horta – Com toda certeza. Ter uma escola que assegure um ensino de qualidade e uma formação integral dos estudantes faz com que a comunidade possa se desenvolver mais ativamente em seu entorno, atraindo famílias, além do desenvolvimento do comércio e de outros serviços.
Nos 14 meses de construção da escola, foram mais de 530 colaboradores envolvidos. E, a partir da inauguração, toda uma cadeia de prestadores de serviços, como de transportes, por exemplo, se mobilizou para atender à demanda crescente do Colégio.
JB – A construção da Unidade correspondeu às expectativas em relação à demanda?
Márcio Horta – O nosso Colégio está localizado em um terreno de 15 mil m2 no Vale dos Cristais e vários fatores contribuíram para o crescimento constante e sustentável da Unidade, dentre eles, a adoção de uma estratégia de crescimento que, nos primeiros anos de funcionamento, fortaleceu a oferta de vagas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I. Os estudantes cresceram conosco. Temos, hoje, alunos na 3ª série do Ensino Médio que começaram na escola ainda no Maternal e que, temos certeza, estão preparados para passar bem pela vida, sejam quais forem as suas escolhas, assim como tantos outros que já se formaram e estão transformando realidades e impactando positivamente a sociedade.
Hoje, a Escola, que começou inicialmente com 282 alunos, conta com cerca de 2.300 estudantes, sendo da Educação Infantil (Maternal II, 2 anos) ao Ensino Médio (17 anos). O número de colaboradores também cresceu consideravelmente, passando de 73 para 356.
O projeto, do arquiteto Sebastião Lopes, era muito inovador para a época e já contava com o sistema de ventilação cruzada, com a iluminação natural, com o aquecimento solar e com a captação de água de chuva para utilização em sanitários, limpeza e irrigação. A funcionalidade do prédio, o bem-estar da comunidade escolar e o cuidado com o meio ambiente foram priorizados, em sintonia com os valores agostinianos.
A comunidade escolar agostiniana vivencia um processo contínuo de inovação da escola, que vem se acentuando nos últimos anos, tanto nas suas práticas e vivências pedagógicas, tais como os programas de ensino e o modelo avaliativo, bem como na adoção de novas soluções tecnológicas educacionais como o Campus.”
Márcio Horta, diretor Geral do Colégio Santo Agostinho
JB – Qual o grande diferencial hoje da escola que atrai alunos até de outra região?
Márcio Horta – O Colégio honra e defende o legado de excelência do modelo educacional agostiniano, com um olhar humanizado e diferenciado para cada educando. O jeito de educar agostiniano é de proximidade, afeto, cuidado com cada indivíduo e pessoalidade na condução do dia a dia escolar.
Temos muito orgulho da trajetória do Colégio Santo Agostinho Nova Lima, que hoje é referência em educação e oferece programas muito importantes de incentivo ao esporte, à cultura, à arte, além de promover a excelência acadêmica, que vai além da sala de aula.
Entre as iniciativas lançadas pelo Colégio estão a Educação em Tempo Integral, o Programa de Educação Bilíngue, Canadian High School, Certificação Internacional – nosso Colégio foi a única instituição mineira e uma das 75, em todo o mundo, convidada para participar, ao final de maio, do primeiro grupo de profissionais credenciados no The CAP – Counsellor Accreditation Programme, Olimpíadas de Conhecimento, Esportes, entre outros.
JB – Como o ensino e a metodologia da escola têm sido impactados pela chegada cada vez mais veloz de novidades tecnológicas? Como os professores estão sendo preparados para lecionar neste contexto atual em que as respostas estão a um clique de distância dos alunos?
Márcio Horta – A Tecnologia deve estar a serviço da educação: investimos em inovações tecnológicas que colocam o digital para funcionar a favor do humano, pensando sempre no impacto positivo e transformador na educação. E enxergamos esse movimento repleto de oportunidades e experiências que podem alavancar habilidades cognitivas de nossos estudantes. A tecnologia deve ser aliada e temos que utilizá-la a nosso favor. Nossos estudantes aprendem de um jeito diferente, consequentemente, adquirindo habilidades diferentes – desenvolvendo a autonomia, a concentração, a responsabilidade e a organização do tempo.
Investimos continuamente na formação de nossos educadores. Neste ano, por exemplo, proporcionamos uma formação sobre o tema, de uma forma a gerar maior entendimento e preparação dos profissionais para essa nova realidade. Trabalhamos para capacitar as nossas equipes para as necessidades e os desafios contemporâneos. Além disso, foram, para os educadores dos diferentes segmentos educacionais, quase 100 formações oferecidas até o momento no ano, algumas delas, ainda em curso, como a pós-graduação em Aprendizagem Criativa, oferecida em parceria com o Instituto Iungu.
Somos uma Microsoft Showcase School, ou seja, somos reconhecidos pela Microsoft como uma instituição de referência. Fomos a 1ª Showcase School em Minas Gerais e uma das 22 escolas brasileiras. Muitos de nossos professores possuem o selo MIE Expert, sendo considerados pela Microsoft como Educadores Inovadores, o que significa que, além da certificação, eles podem se conectar a educadores do mundo todo com o objetivo de compartilhar conhecimentos e trocar experiências sobre como as tecnologias estão transformando a sala de aula.
JB – Muito tem se falado no conceito de educação 5.0. Com a presença cada vez maior da tecnologia em nosso dia a dia, a educação não deixou de ser impactada. Como a direção enxerga o papel das escolas e profissionais da educação para os próximos anos?
Márcio Horta – A comunidade escolar agostiniana vivencia um processo contínuo de inovação da escola, que vem se acentuando nos últimos anos, tanto nas suas práticas e vivências pedagógicas, tais como os programas de ensino e o modelo avaliativo, bem como na adoção de novas soluções tecnológicas educacionais como o Campus.
Escolas e profissionais da educação são fundamentais na promoção de uma abordagem equilibrada entre a tecnologia e a interação humana no processo de ensino/aprendizagem. Embora a tecnologia desempenhe um papel cada vez mais importante na educação, a interação entre pessoas sempre será indispensável.
As ferramentas tecnológicas podem ampliar as possibilidades de aprendizado, promover a colaboração e a criatividade dos alunos, além de fornecer uma educação personalizada que atenda às necessidades individuais de cada estudante. Ao mesmo tempo, os profissionais da educação têm a responsabilidade de cultivar habilidades socioemocionais, como empatia, pensamento crítico e resolução de problemas, que são essenciais em um mundo cada vez mais tecnológico. Essas habilidades podem ajudar a formar cidadãos engajados, criativos e adaptáveis. É importante preparar os estudantes para enfrentar os desafios contemporâneos, mantendo sempre o cuidado com o aspecto humano.
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